Diário do Alentejo

Andebol: Treinador Manuel Ramos confiante numa boa época do Serpa

25 de setembro 2020 - 10:15

Uma vontade acrescida para que o Centro de Cultura Popular (CCP) de Serpa alcance, esta época, algo que possa dedicar aos seus adeptos e às pessoas da cidade que gostam da modalidade, é a convicção do técnico Manuel Ramos.

 

Texto e Foto Firmino Paixão

 

O pavilhão Carlos Pinhão, em Serpa, foi sempre um dos recintos onde o clube teve mais público a assistir aos jogos de andebol. Nos tempos mais próximos, com o pavilhão vazio, não faltará aos atletas uma atitude forte e uma motivação superior para que o objetivo desportivo seja atingido. A qualificação para a segunda fase do campeonato é a meta que os serpenses vão perseguir.

 

O CCP Serpa já prepara a próxima época desportiva, naturalmente com algumas limitações?

Sim, já estamos a treinar há três semanas, a primeira das quais tivemos que trabalhar fora do pavilhão por causa das regras que existem devido `a pandemia. Tivemos que elaborar e apresentar um plano de contingência e só quando esse processo foi concluído é que tivemos acesso ao pavilhão Carlos Pinhão. Estamos a treinar com as restrições que são impostas, uma situação à qual temos que nos ir habituando, porque isto está para durar. Mas vamos trabalhando já dentro do espaço que nos foi proporcionado pelo município. A utilização dos balneários e o uso dos chuveiros está condicionada, mas temos conseguido adaptar-nos, aos poucos, e irmos trabalhando o que nos tem sido possível.

 

Se calhar, os atletas já estavam bastante ansiosos por regressar à atividade?

Claro, porque nós terminámos a época em 12 de março e tivemos estes meses todos parados. Quem gosta de andebol e sente o “bichinho” da modalidade, é normal que tivesse alguma ansiedade para regressar aos treinos. Questionavam-nos quando é que podiam regressar ao pavilhão e quando começariam a jogar. São situações normais.

 

Num período tão largo de inatividade, cerca de sete meses, provavelmente perderam-se algumas rotinas competitivas?

Sem dúvida! E agora, aos poucos, vamos recuperando essas rotinas que se foram perdendo. Mas também permanece em nós aquela indefinição sobre como será a competição desta época. Não sabemos ainda quais as equipas que estão inscritas, isto ainda está muito na expectativa e temos também essa limitação de não podermos ter público a assistir aos jogos, o que, principalmente nas modalidades amadoras, é algo muito ingrato. Quem anda aqui a treinar gosta sempre de mostrar o trabalho que é realizado, mas vamos ver, vamos esperar que as coisas corram bem e, pela nossa parte, faremos os possíveis para que seja assim. Temos que saber lidar com esta nova realidade.

 

O aspeto emocional e a motivação também foram afetados?

Não, acho que não foi tanto assim… aliás, o que tenho notado é o contrário. Tenho visto os atletas com outra força em termos de motivação, de entrega e de gosto pela modalidade. Os atletas encararam esta situação de uma outra forma e, como estiveram aqueles meses sem competir, regressaram com muita vontade e com enorme sentido de responsabilidade, querendo que as coisas corram bem.

 

Como estão a decorrer os treinos, tendo presentes as limitações que existem?

Começámos com algum distanciamento, agora é assim, temos que perceber as coisas… entramos no pavilhão e nos balneários com o maior respeito por todas as restrições, mas lá dentro temos que perceber que, em termos competitivos, o andebol é um desporto de contacto, e isso, por mais que o queiramos evitar, no treino em pleno já não o conseguimos fazer. Quando saímos do treino voltamos a tomar todas as precauções, mas é uma situação com a qual não será fácil lidarmos.

 

E as metas? Que objetivos definiram para o próximo campeonato?

A nossa meta passa, sem dúvida, pela qualificação para a segunda fase do campeonato. No ano passado as coisas não nos correram como desejávamos. Realizámos uma primeira volta muito boa, terminámos no primeiro lugar mas, na parte final da segunda volta, foi um descalabro, não conseguimos entrar no lote de equipas que discutiram a segunda fase, como o Évora Andebol Clube, que ficou em primeiro e subiu diretamente. Isto é assim, não é como começa, é como acaba, e nós temos de trabalhar ainda mais para sermos mais consistentes, temos que ter mais maturidade competitiva.

 

Mas o regresso à II Divisão é algo que está no horizonte?

Nós, neste momento, queremos fazer um trabalho de base que nos dê alguma consistência, porque não é fácil estarmos na II Divisão e aguentarmo-nos por lá, tão competitiva como ela está atualmente.

 

E o plantel? Parece que temos novidades.

Sim, conseguimos trazer o José Cano, guarda-redes que terminou a última época na Zona Azul, temos o regresso do João Batista, jogador que estava em Lagos, temos também alguns jogadores que tinham deixado de jogar e voltaram e temos o regresso do Miguel Baião, vindo de uma lesão e, que, correndo tudo bem, este ano já estará em condições. Acreditamos que vamos ter mais qualidade e repare que o Miguel, nas últimas épocas, tem sido o melhor marcador da III Divisão Nacional.

 

Vê-se que está confiante numa boa temporada…

Sim, estou confiante que as coisas, este ano, nos irão correr bem. Mas estamos sempre com aquela indefinição de saber com é que as coisas se irão desenvolver a partir de agora. Mais do que a competição, aquilo que nos preocupa, neste momento, é essa questão sanitária. Se nos for permitido competir, estaremos na luta pelos lugares de acesso à segunda fase.

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