Cerca de meia centena de meninos e meninas, vestidos com as cores do Sporting Clube de Cuba, do Grupo Desportivo e Recreativo de Faro do Alentejo e do Vasco da Gama de Vidigueira estiveram no Campo Dr. Augusto Amado Aguilar convivendo na “Happy Champions League”.
Texto e Fotos Firmino Paixão
Foram muitos e bem dispersos pelo território desta região, os convívios promovidos, no último fim de semana, por diferentes clubes locais, envolvendo meninos e meninas, candidatos e candidatas a jogadore(a)s de futebol. Testemunhámos o “Happy Champions League”, a “Liga dos Campeões da Felicidade”, promovida pelo Sporting Clube de Cuba. Uma escolha óbvia, pela originalidade do nome, porque se realizou num campo com muito simbolismo, palco de aprendizagem da famosa “cantera” cubense, e depois porque ali estavam os meninos e as meninas do Grupo Desportivo de Faro do Alentejo, sede de um clube que neste ano federou uma equipa de seniores mas que, dando utilidade ao magnífico palco que é o Campo de Jogos António Joaquim Pestana Baltazar, também enveredou pelo futebol de formação. A ideia, os conceitos, são comuns a todos os formadores: a partilha de valores associados ao desporto, uma reunião, um convívio, não uma competição, que associa a prática desportiva à alegria e à felicidade.
Tiago Tareco, um dos coordenadores do futebol de formação do clube cubense, não tinha dúvidas: “O mais importante aqui é que eles e elas se divirtam através do futebol. Com o passar dos anos, as coisas logo serão levadas mais a sério. Mas, nestes encontros, o principal é que não se magoem e que, no final, estejam todos com um sorriso nos lábios”. Mais do que qualquer aspeto técnico, “o importante é o convívio, a diversão, agregando um conjunto de valores que os ajudarão a crescer”, acrescentou o técnico local. “Uma tarde feliz, um convívio alegre”, preconizou Tiago Tareco, lembrando: “Chamámos a este evento a ‘Liga dos Campeões da Felicidade’, é isso que importa aqui mais do que tudo, para além, naturalmente, de permitir que eles desenvolvam progressivamente alguns fatores associados ao desporto, como o espírito de equipa, o respeito mútuo, a união e a solidariedade”.
A equipa coordenadora do futebol de formação do Sporting Clube de Cuba adotou mesmo o lema da felicidade para todas as suas equipas jovens, referiu o técnico, especificando: “Não descuramos a parte competitiva nos escalões mais avançados, a competição faz parte do futebol mas, sobretudo, queremos que estes meninos e meninas estejam bem com a vida, sem olharmos a resultados. Se não ganharmos, não importa, será porque ainda temos que melhorar mais. É essa visão que nós queremos incutir nestes miúdos que escolheram o Sporting de Cuba para praticar futebol”.
Mais, ou menos, talentosos, uns concretizarão os sonhos, outros nem por isso, mas Tiago Tareco recordou: “Cuba tem uma das maiores ‘canteras’ do distrito. Infelizmente, quando chegam a seniores, nunca se consegue segurar toda a gente. Se o conseguíssemos, teríamos uma equipa para lutar por lugares de topo. Continuamos a pensar que é possível lançarmos bons jogadores, o que queremos acrescentar é uma mística, para que eles sintam prazer em jogar no Sporting Clube de Cuba e não acabem por sair a troco de uma ou duas centenas de euros”.
António Serrano, o formador da equipa de Faro do Alentejo, falou da criação da jovem equipa. “É uma novidade para nós, ao nível de clube, e também, ao nível da segunda divisão distrital, porque não são muitos os clubes, neste patamar, que apresentam equipas de formação. Mas o clube assumiu este ano as competições federadas e formámos também esta equipa de traquinas”. O responsável acrescentou ainda: “Temos uma freguesia pequena, estamos no interior do Alentejo mas, felizmente, conseguimos identificar um conjunto de miúdos, não só na nossa freguesia, mas também ali à volta, por exemplo, em Peroguarda ou em Alfundão, miúdos que, eventualmente, pelas distâncias, não conseguiam procurar outros clubes e, como nós estamos perto, tornou-se mais fácil”.
David Luz foi o porta-voz da delegação da vizinha vila de Vidigueira. O essencial, disse, “é procurar que eles sejam amigos e que se divirtam, depois logo compreenderão os principais fundamentos técnicos e táctico do futebol”. O Vasco da Gama tem cerca de duas dezenas de meninos e meninas nestas idades, traquinas, mas talentosos. “É uma gestão complicada, sobretudo, ao nível do controlo dos egos, algo que, nestas idades, não é nada fácil”, explicou o formador vidigueirense. “Estamos com estes miúdos há cerca de três anos, temos visto evolução em grande parte deles, e vamos esperar que no futuro possam vingar no futebol sénior num clube de sua eleição, senão, que escolham o verde do Vasco da Gama”.
