Diário do Alentejo

“Somos um grão de areia na imensidão do Universo”

01 de janeiro 2023 - 13:00
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Isabel Rodrigues Bravo tem 46 anos e é natural de São Jão de Negrilhos, concelho de Aljustrel. Viveu na sua terra natal até ingressar na Universidade de Évora. Estudou Ensino de História. É mestre em Ciências da Informação e da Comunicação. É professora bibliotecária e de História e Geografia de Portugal no agrupamento de escolas D. João II em São Marcos (Sintra). Vive dentro do parque natural de Sintra-Cascais, desde 2017.

 

Recentemente lançou o seu conto infanto-juvenil "Azul do Meu Coração", que conta com as ilustrações de Danuta Wojciechowska, com o apoio da Direção de Cultura do Alentejo, da Câmara Municipal de Évora e do Dark Sky Alqueva e com a recomendação da Associação de Professores de História, da Associação de Física da Universidade de Aveiro e do Centro de Ciência Viva Rómulo da Universidade de Coimbra.

 

Texto José Serrano

 

Como nos apresenta este livro?

"Azul do Meu Coração" é uma obra literária infanto-juvenil singular, escrita com o propósito de criar leitores, mas também de despertar o gosto pela ciência. Foi um grande desafio integrar conteúdos científicos, abordados com rigor, numa estória ficcionada. Um trabalho possível através da consultoria científica do Professor Carlos Fiolhais, da Universidade de Coimbra. Ayla, que vive noutro sistema no Universo, e Mateus, um rapaz marciano de origem humanoide, são as duas personagens principais deste conto. À procura da estrela de Natal, travam uma amizade improvável, vivida com muita aventura, que os leva a contarem a história do Universo e da vida no Sistema Solar. Uma história sobre os nossos passado, presente e futuro, que poderá ser interestelar.

 

É esta obra um elogio à Humanidade?

Existe essa intencionalidade. Através da literatura, pretendo apelar à necessidade urgente de se encontrarem soluções para ultrapassar a crise climática, consequência das nossas ações prejudiciais para com o meio ambiente. Em visita ao planeta Terra, Ayla conta a Mateus que a Humanidade, através de acordos entre as nações, respeitou a natureza, dando continuidade à espécie humana, na Terra, e, necessariamente, a toda a sua biodiversidade.

 

Qual a principal mensagem que este seu livro pretende transmitir?

A certeza que não há melhor lugar que a nossa casa. A presença humana, em Marte, é uma realidade que a ciência nos apresenta como provável, no futuro, mas a Terra é, e sempre será, a nossa casa ancestral. Tenho esperança de que a Humanidade supere a crise climática, através de uma conduta gizada pela sustentabilidade, e que nos seja sempre possível viver neste planeta –que a Humanidade nunca sinta, literalmente, saudades de viver na Terra.

 

O que mais deseja que esta obra proporcione, aos seus leitores?

Desejo que os leitores ocupem o seu lugar na viagem que Ayla e Mateus fazem, a partir do Big Bang, à descoberta das principais etapas da história do Universo e da Humanidade, que cada leitor compreenda que sabemos tantas coisas, mas desconhecemos muitas mais. Ao lermos esta obra recordamos que somos pó estelar, que somos menos que um grão de areia na imensidão do Universo. Desejo que a leitura desta história aguce uma imaginação sem limites e promova o seu espírito científico, pois sabemos que o conhecimento aliado à imaginação nos permitirá continuar a fazer ciência, que não é mais do que tentar conhecer o Universo.

 

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