Diário do Alentejo

Sensibilizar para a Educação é de “extrema importância”

28 de janeiro 2022 - 10:50

Gonçalo Mamede, tem 22 anos e é natural de Castro Verde. É licenciado em Ciências da Engenharia pelo Instituto Superior Técnico (IST) e tem um mestrando em Engenharia do Ambiente, na mesma instituição. Atualmente, preside a Associação dos Estudantes do IST, para além de representar, no Conselho Geral, os mais de 50 000 estudantes da Universidade de Lisboa. Foi eleito presidente da Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico (Aeist) de Lisboa.

Desde cedo demonstrou um interesse especial pela participação cívica, tendo sido o porta-voz do distrito de Beja no programa Parlamento dos Jovens, em 2017, e um dos representantes de Portugal no programa Euroscola no Parlamento Europeu, em 2016. Gosta de ler, fazer caminhadas e lutar por aquilo em que acredita.

 

Texto José Serrano

 

Quais as características necessárias a um notável desempenho do cargo?

Creio que seria presunçoso da minha parte elencar um perfil necessário para o desempenho deste cargo. No entanto, tentando dar uma resposta sustentada, digo que é necessário possuir espírito de sacrifício e compromisso com a causa pública, pois presidir a esta estrutura de estudantes requer uma dedicação diária avultada, sem qualquer tipo de remuneração. É necessário também, e acima de tudo, saber manter um equilíbrio entre humildade e ambição. Porque apesar de me propor a fazer crescer a Aeist, com metas ousadas, é importante manter os pés bem assentes na terra, consciente de que há sempre muito para aprender, dia após dia.

 

Que objetivos gostaria de ver cumpridos?

Definimos como principais metas, não só a melhoria das condições das nossas equipas desportivas, para atingirmos, a nível nacional/europeu, um nível competitivo mais elevado, bem como a realização e a construção de infraestruturas importantes para o futuro da Aeist. Gostaria, também, de ver a Aeist ser destacada no espaço mediático, quando o assunto é o Ensino Superior ou a Educação, pronunciando-se, sempre, em defesa do superior interesse dos estudantes.

 

Considera que o facto de ser alentejano, e a “forma de estar” inerente a essa condição, o ajuda no desempenho deste cargo de liderança?

O facto de ser alentejano contribui muito para a minha personalidade. Somos um povo sofrido, que sabe dar valor ao trabalho. Sabemos ser duros a defender as nossas causas, mas damos muita importância à humildade, o que nos faz ser amigáveis e acolhedores. Ser duro por fora, naquilo que defendo, reconhecer que sem trabalho nada se alcança e recorrer à simplicidade no dia-a-dia, na forma como lidamos com as pessoas, ajuda-me imenso enquanto presidente da Aeist.

 

Como classifica a importância da sensibilização dos jovens, nomeadamente nos territórios do interior, para a educação e para a ciência?

Importância extrema. É no Alentejo que se verifica a maior taxa de analfabetização do País e onde mais se abandona o ensino precocemente. O acesso à educação, direito fundamental, é imperativo para o desenvolvimento de qualquer região. Só com uma comunidade formada nas mais variadas áreas do saber, seja através do Ensino Superior ou de cursos profissionalizantes, é que fazemos crescer a nossa economia, melhoramos as nossas condições de vida e nos tornamos mais competitivos. Para isto acontecer é preciso existir um estímulo do Governo central que defina uma estratégia integrada, que permita corrigir as desigualdades económicas no interior, efetivando o direito à Educação

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