Diário do Alentejo

Desportivamente:  gratidão!
Opinião

Desportivamente: gratidão!

José Saúde, jornalista

06 de janeiro 2024 - 08:00

A multiculturalidade do universo desportivo trouxe uma identificação ao contexto, isto no que concerne, em particular, ao informal cosmos, cosmos este onde se cruzam gerações que proliferam nas modalidades, bem como nas variadas situações em que os desportistas se deparam com lesões e que leva o atleta ao seu prévio cuidado, visto que o seu estado físico ou mental, urge ter um seguimento que se pretende requintado. Sabeis que tanto o passado, tal como o presente, são mestres na subtileza de inevitáveis contusões em desportistas que se entregam de corpo e alma à competição, direi que, nesta singular veracidade, há mazelas que levam o seu tempo a curar, havendo outras que são mais curtas, mas que traduzem a curiosidade do adepto que o leva à dúvida sobre se o tal compromisso agendado aquando o início da época terá sido o mais adequado. Este invariável paradigma conduz o fiel crente, apaixonado pelas suas cores clubísticas, a um mar de interrogações que resvalam para as dúvidas da personalidade que fora contratada. Uns falam num erro de casting; outros sentem-se enganados por terem comido “gato por lebre; outros, cuja opinião dúbia descai para imprevisibilidade de uma prudência estritamente pessoal; e, ainda existem outros que jamais duvidam da aquisição efetuada. Noutros tempos também existiam lesões, aliás, como sempre as houve, mas o atleta não abdicava em mostrar ao treinador que aquela dorzinha deixara de moer. Ou, lá se aprontava o massagista, antes do jogo, para ministrar uma injeção no local doído, creio de cortisona. Opino, naquilo que tão bem conheci, precisamente na época de 1970/1971, o enfermeiro Valente, então massagista da equipa sénior de futebol do Desportivo de Beja, houve um período em que me tinha de injetar aquele milagroso líquido no pé esquerdo, antes de entrar em campo, para minimizar o desconforto de uma entorse que havia contraído. Eu, com 20 anos, jogava todo o encontro e dores… nada. Permitam-me divagar nesta “Bola de trapos” e responder a muitos leitores que me têm solicitado, ou perguntado presencialmente, sobre a minha ausência das páginas do “Diário do Alentejo”. Sim, estive “lesionado” e sem que para tal pudesse confortar-vos com narrativas que nos fazem, por vezes, viajar no tempo e trazer à estampa crónicas que são, na minha ótica, agradáveis. Uma fratura no fêmur da perna direita, uma estadia numa cama hospitalar, uma operação, levei material suplementar, estive uns tempos no “estaleiro” e, finalmente, uma recuperação que levará o seu tempo. Já não me bastava o AVC, 17 anos de existência, agora saiu-me esta na rifa. Pronto, esqueçamos esses maus bocados e voltemos à escrita desportiva, enquanto for possível, algo que sempre me preencheu o coração. As lesões de um qualquer desportista são usuais, curam-se, o atleta regressa à competição, o mister volta a contar com ele e nós, já veteranos, regressamos ao desafio. Desportivamente: gratidão! 

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