Diário do Alentejo

Pedro Caixinha, treinador  do mundo
Opinião

Pedro Caixinha, treinador do mundo

José Saúde, jornalista

20 de outubro 2023 - 10:00

É um homem de Beja, cuja certidão de nascimento regista que a sua vinda ao cosmo terrestre ocorreu a 15 de novembro de 1970 e a quem fora dado o nome de Pedro Miguel Faria Caixinha. Filho de João Caixinha, antigo jogador de futebol e um dos melhores, senão o melhor, forcados de touros de que há memória em Portugal, sendo a mãe, Antonieta Faria Caixinha. Os progenitores de um rapaz que soube atempadamente destrinçar o trigo do joio, na base de uma humildade que sempre o legitimou, aceitando com flexibilidade o quão difícil é subir a corda da vida a pulso, sendo que hoje é um orgulho familiar, assim como para um povo que vê nele uma das grandes referências mundiais como treinador de futebol. O universo desportivo levou-o a defender as balizas do Desportivo de Beja e do Portimonense, na formação júnior. Regressou à velha Pax Julia e os estudos superiores levaram-no para a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, onde se licenciou em Educação Física. Versou a componente futebol, adquiriu conhecimentos em altas escolas europeias e Fernando Santos levou-o para o Sporting como elemento determinante do seu staff. Analisar equipas adversárias e os seus sistemas de jogo terá sido uma das suas primeiras tarefas. Porém, o seu nome ganhou força e José Peseiro chamou-o para adjunto no plantel leonino. Uma ligação que ganhou raízes no tempo, tendo o professor conhecido novas realidades futebolísticas. Numa aventura pensada, ponderada e, sobretudo, enquadrada com a ânsia de vencer, eis Pedro Caixinha, numa primeira instância, como técnico principal (4.º nível) da União de Leira na então designada Liga Sagres. O currículo de Pedro Caixinha é, de facto, extraordinário. Iniciou-se no futebol sénior no Vasco da Gama da Vidigueira, desbravando seguidamente o mundo. Em Glasgow, na Associação Escocesa de Futebol, colheu distintas informações que o fizeram rumar, como observador, ao Manchester United, Real Madrid, Atlético de Madrid, Toulouse e Bristol City, clubes onde recolheu exímias informações na arte do treino de alta competição. Integrado na equipa técnica de José Peseiro, conheceu os cantos da casa do Al-Hilal, Panathinaikos, Rapid de Bucuresti e seleção da Arábia Saudita. Como técnico principal assumiu, também, o comando do Nacional da Madeira, viajando para o México, como treinador do Santos Laguna, onde se sagrou campeão, vencendo também a taça, sendo que, pelo êxito alcançado, a liga mexicana considerou-o como o treinador do ano de 2013. Aos 43 anos, tidos nessa altura, o futebol rendeu-se à ciência de Pedro Caixinha, seguindo-se passagens pelos grémios do Al-Gharafa, do Ranger e Cruz Azul. Presentemente, com 52 risonhas primaveras, Pedro Caixinha rumou ao Brasil, onde treina o sensacional Red Bull Bragantino, um emblema que ocupa o segundo lugar na pauta classificativa e que teve como justo prémio a honorífica menção de ser considerado o treinador do mês de setembro no Brasileirão, Série A. Pedro Caixinha, treinador do mundo!  

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