Diário do Alentejo

3.ª Ultra Maratona BTT Cabeça Gorda
Opinião

3.ª Ultra Maratona BTT Cabeça Gorda

José Saúde

06 de outubro 2023 - 12:00

O Clube Recreativo e Desportivo Cabeça Gorda é uma coletividade em que emergem histórias encantadoras. Fundado a 22 de março de 1976, sendo os seus promotores Manuel Sacramento Jacinto, habitualmente, conhecido por Manuel Cascalheira, Manuel Belga, António Pimpão, vulgo Camolas, e José Carlos Dias, de entre outros amigos que colocaram em pé uma coletividade que, paulatinamente, se foi assumindo no palco competitivo da Associação de Futebol de Beja.

Em termos de futebol o emblema foi protagonista de ilustres façanhas, uma das quais obedeceu a sublimes títulos em capas de jornais nacionais que colocaram a povoação de Cabeça Gorda no topo da imprensa lusa, visto que na época de 1980/1981 eliminaram o Penafiel, clube que militava na I Divisão Nacional, sendo que os penafidelenses tinham como treinador António Oliveira, enquanto o então desconhecido “Ferrobico”, cujo técnico era António Dionísio, fazia a sua estreia na III Divisão Nacional. Esse inolvidável jogo teve como palco o Estádio Municipal Dr. Flávio dos Santos, em Beja, sendo o solitário golo apontado por Pepe. Um feito ilustre que proporcionou variadas conversas pelo mais recôndito lugar neste país à beira-mar plantado. O certo é que houve uma visível evolução no grémio da Cabeça Gorda, sucedendo que no “Ferrobico” existe um departamento denominado como secção de BTT e cicloturismo do Crdcg.

No passado dia 24 de setembro, sábado, a secção promoveu a 3.ª Ultra Maratona BTT Cabeça Gorda, na qual participaram 270 atletas vindos de todo o País e cujo percurso se estendeu por 140 quilómetros com um acumulado de 2500 metros. Os participantes saíram da Cabeça Gorda e passaram por algumas freguesias rurais inseridas nos concelhos de Mértola, Serpa e Castro Verde, cruzando ainda o Pulo do Lobo, no rio Guadiana.

O evento, percorrido por caminhos rurais, em terra batida, foi duro para os atletas e, logicamente, as dificuldades impostas ao longo do percurso. Curioso é que não existiam marcações visuais no terreno, fazendo-se exclusivamente o itinerário via GPS. Notou-se, uma vez mais, a enorme entrega ao trabalho por parte dos impulsionadores do evento, inclusive dos seus familiares, que se entregaram de alma e coração a uma circunstância verdadeiramente brilhante. Todos os pormenores foram devidamente acautelados, não se registaram condicionalidades pessoais, houve zonas de apoio, quer de mecânica, quer de líquidos, e, por fim, todos à chegada tiveram acesso a balneários e a uma refeição, sendo que pela manhã os participantes já haviam usufruído de um pequeno-almoço. Perante a grandiosidade do acontecimento, e a maneira como tudo correu, fica registado o nosso profundo reconhecimento à organização.

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