Sendo o mundo constituído por vidas seculares onde as massas humanas exortam o seu caminho para ritos desportivos, será sempre com honorabilidade que jornadeamos pelas auréolas do tempo e recordaremos épocas passadas que resvalam para o momento presente. Somos oriundos de gerações cujo progresso trouxe notícias arejadas acerca de um contexto desportivo alargado e que se estende pela sua multiplicidade. Mergulhemos nesse imenso mundo desportivo, saltemos obstáculos, deixemos para trás as leis despóticas do antigo Estado Novo, de agentes policiais que, por força de uma razão maior, se limitavam a cumprir ordens, enquanto o povo, aquele povo do qual as crianças faziam parte integrante, era acorrentado a uma denegação desportiva. Sim, as crianças sempre alegres juntavam-se em terreiros urbanos e davam aso às suas artes, mas tendo sempre cuidado com a eventual presença do polícia de giro. Aliás, neste capítulo todo o cuidado era pouco quando o divertimento passava pelo eletrizante chuto numa bola. Atualmente constata-se que a liberdade trouxe novos condimentos em toda a magia desportiva. Existem condições, os terrenos de outrora, identificados como proibitivos, deram origens a espaços habitacionais, as áreas desportivas cresceram pelos mais recônditos recantos deste país lusitano, os jovens, sempre engenhosos na componente atlética, entregam-se ao prazer de uma modalidade e todos, em concordante conforto, dão bênçãos às novas infraestruturas de que agora dispõem.
Neste texto, ouso saltar eventuais barreiras e trazer à estampa a modalidade da columbofilia. Somos do tempo em que nos fora dado observar, em particular, a azáfama dos columbófilos nos pombais. A preparação dos pombos-correio que voavam livres, ainda que sistematizados pelas ordens impostas pelos seus tratadores. Os treinos eram cronometrados com rigor e a porção da alimentação passava por produtos naturais, sendo que o crescimento dos borrachos, alguns criados à mão, tinha o condão de um crescimento que habilmente lhes era presenteado pelos seus donos. Agora, todo esse sistema de alimentação, e não só, mudou. Recorre-se às vitaminas e a uma ração selecionada previamente comprada, mas com a etiqueta de qualidade. Antigamente, os pombos eram encestados e lá partiam os columbófilos rua fora com as cestas na mão rumo ao local onde se fazia a sua receção, seguindo-se o caminho para a estação de caminhos de ferro, onde eram transportados em carruagens rumo aos seus destinos. Hoje, as associações columbófilas possuem camionetas que proporcionam aos pombos-correio condições extraordinárias, ao invés de um passado onde tudo se processava de forma diferente. As entradas nos pombais são atualmente monitorizadas ao pormenor, enquanto noutros tempos eram os columbófilos que esperavam tempos infindos pelo regresso dos seus alados, dado que havia princípios a cumprir e, sobretudo, respeitar. É o mundo desportivo em pleno processo evolutivo!