No que diz respeito ao financiamento, o reforço de 59,2 milhões de euros recentemente anunciado pelo Governo “não é solução, uma vez que os custos com a prestação destes serviços sempre foram elevados, já que 70 por cento das despesas são com pessoal”, considera a responsável. Explica que este reforço financeiro representa uma atualização de 3,5 por cento dos contratos com as instituições de solidariedade social, que não chega para cobrir o aumento com os custos do trabalho, nomeadamente o aumento do salário mínimo nacional, que representa um acréscimo de 5,83 por cento nas despesas, aumento que “na nossa ótica, é correto”.
Este reforço financeiro “pode, neste momento, ser uma espécie de injeção, mas é preciso, de facto, olhar para o setor social, uma vez que são muitas as IPSS, cerca de 40 por cento a nível nacional, que chegam ao fim do ano com resultados negativos e esta rede não pode colapsar nesta altura”.
Quanto ao voluntariado, com a situação de pandemia, “há agora, mais que nunca, a necessidade de promover, valorizar e estimular o
papel e o contributo inegável do voluntário, como elemento cen- tral de cidadania, para quem são necessários equipamentos de proteção individual e formação, associado a um apelo frequente para que a nossa comunidade não se desligue neste momento”, considera Mariana Côco.
Diz mais: “A recente iniciativa da constituição de uma Bolsa de Voluntariado do Baixo Alentejo, que acompanhamos, participa- mos e valorizamos, promovida pela Cruz Vermelha Portuguesa, o Centro Distrital de Beja da Segurança Social e a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal), cujo objetivo é o de pres- tar apoio às estruturas de apoio social aos idosos, é uma ação que corresponde ao apelo para que todos, enquanto comunidade e sociedade, evitemos o colapso desta rede, em que são muitos os que dela dependem e dela vivem, assumindo o voluntário um decisivo e determinante contributo, como sempre o fez, de abnegação e entrega ao próximo”.
Na linha da frente
De acordo com números disponibilizados pela CNIS, é necessário garantir equipamentos que protejam um universo de um milhão de pessoas no que diz respeito aos lares – 200 mil trabalhadores e 800 mil utentes: “Por aqui podemos ter uma ideia geral, mas também particular, da dimensão dos meios necessários, “uma vez que o distrito de Beja é maioritariamente envelhecido, existindo centenas de respostas e equipa- mentos sociais de acolhimento e prestação de cuidados aos idosos”