Diário do Alentejo

Covid-19: Autarca de Santiago contra "lei da rolha"

12 de abril 2020 - 08:55

O presidente da Câmara de Santiago do Cacém criticou orientações dadas pelo Ministério da Saúde que impedem a autarquia de divulgar dados sobre a pandemia da covid-19, considerando tratar-se da "imposição da lei da rolha".

 

A ministra da Saúde negou que tenha havido qualquer “proibição de partilha de informação” a nível local ou regional, mas Álvaro Beijinha, num comunicado do município, afirma ter sido "apanhado de surpresa", por orientações do Ministério da Saúde dadas aos delegados de saúde “para deixarem de comunicar dados sobre a pandemia da covid-19 às autarquias".

 

O autarca, "lamenta profundamente" o caminho, da "lei da rolha", escolhido pelo Governo, que impede a "divulgação de informação fidedigna", que contribuía diariamente para a informação atualizada da população acerca da evolução do surto de covid-19 no concelho.

 

De acordo com o autarca, "esta situação é lamentável e põe em causa as medidas de apoio a casos que estejam confinados e possam precisar de auxilio".

 

Segundo Álvaro Beijinha, por imposição da Direção Geral da Saúde, o município de Santiago do Cacém "vê-se confrontado com a dificuldade de publicar, com dados fidedignos, os resultados dos casos confirmados e recuperados referentes à covid-19", informação reportada diariamente pela Unidade de Saúde Pública Local.

 

A ministra da Saúde negou hoje qualquer “proibição de partilha de informação” a nível local ou regional, afirmando que “há, sim, um apelo claro a todas as entidades que integram o Ministério da Saúde, em especial as autoridades locais e regionais de saúde, [para que] se concentram no envio de informação atempada e consistente para o nível nacional”.

 

“Boletins parcelares podem ser causadores de análises fragmentadas. Acresce, pela dimensão de alguns dados, a possibilidade de violação do segredo estatístico”, disse Marta Temido, na conferência de imprensa diária da Direção-Geral da Saúde.

 

Uma explicação que o presidente do município de Santiago do Cacém considera "pouco clara e consistente" e que "em nada contribui para o princípio de transparência e do direito de informar a população".

Comentários