Diário do Alentejo

“Roubei-te um beijo” é o single do álbum de Buba Espinho

20 de fevereiro 2020 - 10:30

Buba Espinho está, desde muito novo, ligado ao cante alentejano, tendo participado em grupos como Adiafa, Bubedanas, A Moda Mãe, Mestre Cante ou Há Lobos Sem Ser Na Serra. Já participou, como artista convidado, em espetáculos de António Zambujo, Rui Veloso ou Celina da Piedade. Em 2016, representando o Centro Cultural Magalhães Lima, foi o vencedor da gala final da III Grande Noite do Fado de Santa Maria Maior, que se realizou no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

 

Texto José Serrano

 

O músico bejense Buba Espinho apresentou, recentemente, o primeiro single, intitulado “Roubei-te um beijo”, daquele que será o álbum de estreia da sua carreira a solo. O tema, da autoria do músico serpense Armando Torrão, conta ainda com a participação de António Zambujo.

 

 

Buba Espinho, António Zambujo e Armando Torrão estão presentes neste single. Podemos dizer que, com esta “armada” alentejana, será difícil o “Roubei-te um beijo” não conquistar musicalmente o País?

Penso que este tema, pela sua qualidade e pelo empenho musical que nele foi colocado, tem tudo para correr bem. O mais importante para nós, artistas, é termos gostado daquilo que gravámos. Se o grande público também gostar, tanto melhor. Ainda que tendo raízes musicais no cante e no fado, existe na sua música uma reinterpretação própria.

 

 

Até que ponto está a tradição aberta a ideias inovadoras e qual a importância, no seu entender, desse processo para este dois patrimónios?

Do meu ponto de vista, a tradição está sempre aberta a ideias inovadoras. Na verdade, os vários géneros musicais foram e continuam a ser moldados com o passar do tempo, o fado e o cante não são exceção a essas evoluções. No meu caso particular, o cante e os fados inspiram-me sempre muito e influenciam imenso a minha forma de interpretar e de compor canções.

 

 

Nesse sentido, arriscar é preciso?

Sem dúvida. Como diz o velho ditado “Quem não arrisca não petisca”. Arriscar faz com que ganhemos uma maior zona de conforto. Falo por mim que sempre arrisquei muito na minha vida, pessoal e profissionalmente, mantendo, contudo, os pés sempre bem assentes no chão. Sinto que hoje já estou a colher frutos daquilo que semeei, ao ter arriscado, tão jovem, sair de casa, na procura de um sonho. O sonho de ser artista e poder fazer da música a minha vida.

 

 

Este single vem acompanhado de um vídeo, também ele já disponível on line. O que pretendem retratar as imagens deste curto “filme” musical?

Tentámos retratar neste clip a nossa, minha e do [António] Zambujo, relação de amizade e como ela foi sendo construída. No meu disco, que irá sair brevemente, faço referências, através das canções, a momentos importantes da minha vida. Ter conhecido o António, e poder privar com ele, é um desses momentos. E foi isso mesmo que tentámos retratar no vídeo: as tertúlias alentejanas onde nos encontramos, falamos e cantamos até altas horas. Adoro o António Zambujo e considero-o uma das minhas grandes referências, quer pessoais, quer profissionais. Poder tê-lo no meu primeiro trabalho a solo é uma felicidade extrema.

 

 

O que nos pode desvendar relativamente ao seu álbum de estreia que será brevemente lançado e do qual “Roubei-te um beijo” é o primeiro single?

O meu disco de estreia é como se fosse um livro que conta algumas histórias marcantes da minha vida. É quase uma autobiografia. A nível musical há abordagens sobre o cante, o fado e a canção. Este disco tem também composições da minha autoria e nesse sentido marca também a minha estreia como compositor. Por enquanto não posso revelar mais detalhes, mas ainda assim posso dizer que este trabalho terá muitas surpresas.

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