A Câmara de Beja avançou com a criação de uma rede de percursos pedonais para melhorar as condições de mobilidade e acessibilidade do centro histórico e da zona envolvente, num investimento de 2,5 milhões de euros. Trata-se de "uma intervenção estruturante para melhorar as condições de mobilidade e acessibilidade" na área abrangida e visa "tornar a cidade mais amiga das pessoas com mobilidade reduzida ou dificuldades de locomoção", diz o presidente do município, Paulo Arsénio.
O projeto também pretende permitir que "todas as pessoas" possam ter acesso a e usufruir de forma "cómoda e segura" de espaços públicos, serviços, equipamentos e edifícios situados no centro histórico e na zona envolvente e "potenciar o turismo acessível" na cidade.
O projeto prevê a criação de percursos pedonais acessíveis em espaços públicos da área abrangida e que irão interligar pontos de interesse e equipamentos "relevantes na vivência da cidade", nomeadamente comerciais, turísticos, históricos, patrimoniais, culturais e de lazer, além da implementação de rampas fixas de acesso em edifícios históricos e/ou de interesse público e amovíveis em edifícios comerciais.
A autarquia explica que o projeto surge da necessidade de "adotar soluções técnicas" que permitam "contornar" as "barreiras urbanísticas e arquitetónicas" que "impedem" pessoas com mobilidade reduzida de participarem "ativamente na vida económica, social e cultural" e garantir "o acesso de todos" ao espaço público e a edifícios.
Os produtos e serviços acessíveis e os percursos do projeto destinam-se a um público "mais vasto do que apenas os cidadãos com deficiência" e que também se abre a pessoas sem qualquer tipo de deficiência, mas com "diferentes capacidades de mobilidade relacionadas com a sua condição", como crianças, idosos, obesos, grávidas e pais com carrinhos de bebé e crianças de colo, explica a autarquia.
Segundo o município, a criação dos percursos acessíveis está projetada para decorrer em quatro fases e deverá implicar um investimento total estimado em 2,6 milhões de euros.
As obras da primeira fase começaram e vão permitir criar os primeiros percursos acessíveis do projeto nos largos de Santo Amaro, Dr. Lima Faleiro e da Conceição, nas ruas D. Dinis, D. Manuel I, de Alcobaça, Abel Viana, dos Infantes e do Sembrano e no cruzamento entre as ruas D. Dinis e D. Manuel I e o Largo Dr. Lima Faleiro.
Os percursos acessíveis nestas artérias irão "promover a fruição cómoda e segura do espaço público" e "interligar" vários monumentos, como o castelo, as igrejas de Santo Amaro e de N. Sra. dos Prazeres, o edifício do antigo Hospital da Misericórdia, o Museu Regional de Beja, o Núcleo Museológico da Rua do Sembrano e o Teatro Municipal Pax Julia.
Na segunda fase do projeto, que o município já candidatou a financiamento comunitário, serão criados percursos acessíveis na rua da Liberdade, na Praça Diogo Fernandes e no acesso ao castelo. A terceira fase, cujo projeto está em fase de conclusão, prevê criar percursos acessíveis na Praça da República e nas ruas dos Escudeiros, da Moeda, Portas de Aljustrel, Afonso Costa, Jacinto Freire de Andrade, Portas de Mértola e D. Nuno Alvares Pereira. Na quarta e última fase serão criados percursos acessíveis nas ruas Capitão João Francisco de Sousa e de Mértola e no Largo de S. João.