Através de um conjunto de iniciativas culturais e desportivas, a Câmara Municipal de Castro Verde pretende contribuir para a preservação da memória coletiva da conquista da democracia e da liberdade, “num tempo em que surgem sinais de desvalorização” desses mesmos valores, considera David Marques, vice-presidente da autarquia.
Texto José Serrano
No ano do 50.º aniversário da Revolução dos Cravos, Castro Verde, através do festival “Primavera de Abril”, promovido pelo município, tem vindo a homenagear, por todo o concelho, desde o passado dia 20 e até dia 30, esse momento marcante da história de Portugal, com música, teatro, cinema, exposições, desporto, atividades ao ar livre e feira do livro.
Assim, amanhã, sábado, 27, a companhia Peripécia Teatro apresenta, às 21:30 horas, no Cineteatro Municipal de Castro Verde, o espetáculo “A Peça (em 4 Turnos)”, sendo que no dia 30, terça-feira, será a vez de Carolina de Deus se apresentar ao público, nesse mesmo palco, à mesma hora.
David Marques, vice-presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, sublinha a importância de se continuar a celebrar Abril. “A memória coletiva é um elemento fundamental a preservar quando queremos construir o futuro. Num tempo em que surgem cada vez mais sinais, no espaço público, de desvalorização de algumas das conquistas fundamentais do 25 de Abril, como a liberdade e a democracia, importa que se recorde e que se coloque em perspetiva a região e o País que tínhamos há 50 anos e o que temos hoje”.
Nesse sentido, para que os alicerces que sustentam as fundamentais conquistas de Abril não venham a claudicar, num futuro próximo, neste país e, nomeadamente, nesta região, David Marques considera indispensável que seja relembrado o caminho percorrido, “debatendo, convidando para a reflexão os mais velhos e os mais novos, estimulando a criatividade, a curiosidade, a pesquisa”. Ao mesmo tempo, diz, é necessário estimular-se “o sonho e o compromisso das novas gerações com o desenvolvimento pleno do território, assente numa atitude e olhar crítico sobre a realidade, assente nos valores da democracia e da liberdade”. Decisivo será, ainda, “continuar a construir um território economicamente dinâmico e atrativo, de portas abertas ao investimento e ao empreendedorismo, a pessoas e projetos”. Simultaneamente, considera a imprescindibilidade de se manter a aposta “na educação e na cultura, enquanto ponto de partida para uma sociedade mais participativa, mais interveniente e envolvida com o destino coletivo” e continuando a promover-se a identidade, “em particular, a dimensão agropecuária deste território, em harmonia com valores de sustentabilidade”.
Até ao final de 2024, o município irá prosseguir com outros momentos de celebração da efeméride.