Diário do Alentejo

Maria da Graça Carvalho volta a ser ministra

07 de abril 2024 - 12:00
Ambiente e Energia é a nova pasta da bejense que liderou o ministério da Ciência e do Ensino Superior entre 2002 e 2005
Foto | D.R.Foto | D.R.

A nova ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, natural de Beja, já havia sido ministra da Ciência e do Ensino Superior entre 2002 e 2005. Desde 2019 que cumpria o segundo mandato como eurodeputada pelos sociais-democratas.

“Um País que se quer com uma transição verde e, depois, não tem uma linha férrea que passe de norte a sul... não vai ser possível, vai ter obrigatoriamente que o fazer”. Era assim que Maria da Graça Carvalho, em entrevista ao “Diário do Alentejo”, em junho de 2021, se referia quanto à necessidade de investimento na ferrovia no distrito de Beja. “Na linha férrea, a situação é pior do que quando eu era miúda, que vinha para Lisboa de automotora. Os serviços são muito piores. Não se percebe como é que no século XXI não há estes investimentos básicos”. Na mesma altura, a então eurodeputada eleita pelo PSD, defendia: “Há aqui um modelo económico que se podia desenvolver com o aeroporto de Beja e o porto de Sines que era não era só bom para o Baixo Alentejo, mas para o País inteiro”. E acrescentava que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) era fundamental para ter “estas três situações resolvidas”.

Natural de Beja, nova titular das pastas do Ambiente e Energia, professora catedrática do Instituto Superior Técnico, em Lisboa, Maria da Graça Carvalho, 68 anos, assume no seu currículo 30 anos de experiência nas áreas da energia, alterações climáticas e política de ciência, tecnologia e inovação.

Foi membro do Conselho Na-cional de Educação e do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável.

Como docente universitária, as suas aulas incidiam sobre energia, ambiente, alterações climáticas e desenvolvimento sustentável.

De 2002 a 2005, Maria da Graça Carvalho foi ministra da Ciência e do Ensino Superior nos governos PSD-CDS/PP liderados por Durão Barroso (2002-2004) e Santana Lopes (2004-2005).

Posteriormente, de 2006 a 2009, foi conselheira principal do presidente da Comissão Europeia Durão Barroso nas áreas de ciência, ensino superior, inovação, investigação, energia, ambiente e alterações climáticas.

Depois disso, entre 2014 e 2015, foi conselheira do comissário europeu para Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas.

Na qualidade de eurodeputada eleita pelo PSD, Maria da Graça Carvalho foi relatora do programa de financiamento europeu para a ciência e inovação Horizonte 2020 (2014-2020).

Formada em engenharia mecânica, a nova ministra do Ambiente e Energia tem centenas de artigos publicados na imprensa científica, tendo liderado o painel de avaliação de candidatos na área das ciências de engenharia às bolsas Marie Curie, instituídas pela União Europeia.

Maria da Graça Carvalho foi condecorada em 2002 pelo Presidente Jorge Sampaio com o grau de Grande Oficial da Ordem de Instrução Pública e recebeu em 2016 o Prémio Maria de Lourdes Pintasilgo, criado pelo Instituto Superior Técnico para distinguir antigas alunas que se destacaram pelas suas contribuições profissionais ou sociais.

Desde 2020, preside ao conselho de administração do Instituto Francisco Sá Carneiro.

Eleita pela segunda vez eurodeputada pelo PSD nas eleições de 2019, Maria da Graça Carvalho foi membro do Parlamento Europeu pela primeira vez entre 2009 e 2014.

Tomou posse como ministra do Ambiente e Energia na passada terça-feira, dia 2.

 

Texto “DA” com “LUSA”

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