Diário do Alentejo

PSD de Almodôvar acusa união de freguesias de “irregularidades”

06 de outubro 2023 - 14:00
Presidente diz ter-se tratado de um “erro de software”, acusando sociais-democratas de “má-fé”
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O PSD de Almodôvar, em comunicado, fala de irregularidades no pagamento de salários a funcionários e de “situações menos claras” na “adjudicação de algumas obras”. O presidente da União de Freguesias de Almodôvar e Graça dos Padrões diz que a situação foi “detetada e divulgada” pela própria autarquia e acusa a oposição de “má-fé”.

 

TEXTO ANÍBAL FERNANDES

 

O PSD de Almodôvar diz que na última assembleia de freguesia foi “confrontado com desfalques”, em concreto no pagamento de salários aos funcionários da autarquia, e questiona como foi possível tal ter acontecido durante “muitos meses”, sem ser detetado por “nenhum membro do executivo”.

Domingos Guerreiro, presidente da União de Freguesias de Almodôvar e Graça dos Padrões, reconhece o erro, mas lembra que a situação foi anunciada pela própria tesoureira do executivo e que resultou de um problema no software utilizado para o processamento dos salários.

“Trabalhamos com duas empresas que nos dão assessoria na contabilidade e informática. O software utilizado para o pagamento dos salários tinha um erro que foi detetado pelo executivo da junta”, explica o presidente, acrescentando que, após o “inquérito que está a decorrer”, todos os valores pagos a mais serão devolvidos pelos trabalhadores de acordo com a legislação.

Segundo o “Diário do Alentejo” conseguiu apurar, o erro prolongou-se por vários meses, o que poderá implicar cerca de 10 mil euros em vencimentos pagos indevidamente.

De acordo com Diogo Lança, deputado do PSD na assembleia de freguesia, citado pela “Lusa”, “há funcionários que receberam a mais, e que vão ter de devolver esse dinheiro, como há funcionários que também receberam a menos, aos quais a autarquia vai ter de pagar”, acrescentando que a situação decorreu “entre janeiro e julho deste ano”, tendo sido revelada pela própria tesoureira do executivo na última reunião da assembleia de freguesia, a 25 de setembro.

No entanto, as críticas do PSD não se ficam por este caso e mencionam “um conjunto de situações menos claras que têm acontecido neste mandato”, nomeadamente, com a adjudicação de algumas obras, “com ajustes diretos sem estarem sujeitos a concorrência, faturação apresentada em discordância com as adjudicações, despachos do presidente sem informação sobre a realização dos trabalhos e sua conformidade”.

Os sociais-democratas dizem que “assim se têm realizado despesas correntes que estrangulam qualquer administração que se queira fazer noutras áreas, o que se traduz numa verdadeira obra de má gestão e má utilização dos dinheiros públicos”, lê-se no comunicado.

Domingos Guerreiro, em declarações ao “Diário do Alentejo”, negou as insinuações e reagiu acusando o PSD de “má-fé”, considerando-as próprias da atividade da oposição.

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