Começa hoje, em Serpa, prolongando-se até dia 22, mais uma edição do Noites da Nora, que oferece, desde o ano 2000, uma programação marcada pela exigente e diversificada qualidade artística, para que cada noite do festival “seja um momento único”.
Texto José Serrano
Serpa recebe, no Espaço Nora, de hoje, dia 7, e até ao próximo dia 22, mais uma edição do NNN – Noites na Nora, de cujo programa fazem parte 21 espetáculos de teatro, música, novo circo e artes performativas.
Tendo como lema “A cultura como uma festa”, a 24.ª edição do festival pretende apresentar ao público, “tal como o tem vindo a fazer desde o seu início, ano após ano”, novos talentos da música portuguesa, companhias de teatro de referência e emergentes no panorama nacional, acentua Marco Ferreira, programador do NNN.
O desenvolvimento de parcerias entre a Baal17, companhia de teatro promotora do evento, com outras estruturas artísticas, tem permitido o “acesso a propostas cada vez mais diversificadas, para que cada noite do NNN seja um momento único”, refere o responsável.
Destacando, do cartaz deste ano, “as seis residências de criação artística de dança, performance, teatro, artes plásticas, vídeo, poesia e música”, Marco Ferreira considera que o que torna o NNN “um evento tão diferente e especial são, sobretudo, as pessoas”, que pretendem ser surpreendidas pela “intervenção artística e conceito estético”, anualmente repensados.
“Temos o nosso público consolidado e isso faz com que a nossa responsabilidade seja maior, na exigência e qualidade da programação e no ambiente que queremos proporcionar antes e depois dos espetáculos. Cada edição do festival é também um encontro com o espaço onde decorre, com Serpa, com os amigos, com as pessoas que nos visitam pela primeira vez. Todos são bem-vindos. Temos o melhor público do mundo e não o queremos desiludir. É esta expectativa que todos os anos queremos alcançar”, acentua.
Acerca da importância das artes na revitalização da região, Marco Ferreira, considerando que as mesmas “são um importante fator de desenvolvimento da criatividade e do pensamento crítico do ser humano”, levando-o a uma participação “mais ativa e cívica na sua comunidade”, realça: “Numa região como o Baixo Alentejo, caracterizada pelo isolamento e desertificação, as artes são um importante veículo de transformação social e contribuem para o fortalecimento e valorização da autoestima e identidade cultural. São também um importante impulsionador turístico, atraindo visitantes de outras regiões, aumentando a procura de serviços ligados à restauração, alojamento e comércio local. Os eventos culturais já estabelecidos, como é o caso do NNN, e outros que possam surgir, têm um impacto económico direto, também, na indústria cultural, com a contratação de mais profissionais, gerando oportunidades de emprego, fixando pessoas no território e contribuindo para o desenvolvimento do setor artístico, a nível regional e nacional”.
Por todas estas razões os responsáveis da Baal17 convidam, cada um, a visitar o NNN: “Vai ver que vale a pena. Estamos no Alentejo profundo, está calor, mas há viagens mais difíceis”.