Diário do Alentejo

"O vinho de talha, para além de poder ser bebido e apreciado, diferencia-se por poder ser experienciado"

13 de novembro 2022 - 09:00
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Três Perguntas a Rui Raposo, Presidente da Câmara Municipal de Vidigueira

 

 

Texto José Serrano

 

A revista americana “Forbes” apresentou, no seu site, no último dia de outubro, uma peça sobre o vinho de talha, produzido no Alentejo. Poderá este património vir a apresentar-se como apetecível para públicos internacionais “exigentes”, com poder económico, que procuram, sobretudo, autenticidade?

O artigo publicado pela revista “Forbes” amplifica a divulgação do vinho de talha, que tem vindo a ser um dos focos estratégicos de promoção territorial do Município de Vidigueira. O facto de alcançar leitores estrangeiros é, sem dúvida, uma mais-valia para todos os produtores locais e para todos os agentes económicos que operam na área do turismo. A especificidade da vinificação, devido à sua técnica de produção quase exclusivamente manual, torna este produto dispendioso a produzir. Certamente que o público-alvo é constituído por individuais e coletividades com algum poder económico, pois a um produto por si já oneroso acrescem-se valores inseparáveis do processo de exportação.

 

Considera que este saber fazer centenário, muito peculiar, poderá um dia possibilitar à região ombrear, no seu reconhecimento, com outras famosas, como as do Douro (vinhos do Porto) ou as do nordeste de França (vinhos de Champagne)?

Ainda que a sub-região da Vidigueira já seja conhecida pelos seus vinhos, parece-me pretensioso fazer uma comparação direta com as regiões mencionadas. No entanto, a oferta de um produto tão singular, poderá contribuir para uma maior projeção do território, num contexto internacional. O vinho de talha, para além de poder ser bebido e apreciado, diferencia-se por poder ser experienciado – em relação direta à sua feitura. O enfoque em atividades que possam promover e enaltecer este produto poderá traçar o caminho, para que, num futuro próximo, o Alentejo e a Região da Vidigueira possam ser incluídos na lista das prestigiadas regiões vinícolas, em contexto mundial. Exemplo dessas atividades é a iniciativa da abertura simultânea de talhas, no dia de São Martinho, 11 de novembro, às 15:00 horas, em Vila de Frades [Vidigueira].

 

Foi recentemente apresentada à comunicação social a nova Rota do Vinho de Talha, que une 22 concelhos do Alentejo. Quando se prevê que esta iniciativa esteja à disponibilidade do público e o que espera que a mesma venha a proporcionar, para a região?

Prevê-se que o projeto esteja implementado no primeiro trimestre de 2023. Ainda que o foco seja o vinho de talha, esta rota pretende também fomentar as atividades económicas adjacentes ao produto chave, integrando os restaurantes, as mercearias tradicionais, os artesãos e os equipamentos museológicos, para que todos possam beneficiar do fluxo económico que advirá desta iniciativa.

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