Diário do Alentejo

"A redução de incêndios rurais graves será o principal objetivo"

27 de abril 2022 - 12:20

Três Perguntas a Fernando Romba, primeiro-secretário da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal)

 

Texto José Serrano

 

Foi constituída, no passado dia 4 de abril, a Comissão Sub-Regional de Gestão Integrada de Fogos Rurais do Baixo Alentejo, entidade que integra os 13 municípios da Cimbal. Quais os objetivos a que esta comissão se propõe?

A Comissão é um órgão de coordenação e planeamento, à escala da NUT III Baixo Alentejo e tem como missão a execução da estratégia de gestão integrada de fogos rurais, a articulação dos programas de gestão do fogo rural e de proteção das comunidades contra incêndios rurais, envolvendo um conjunto de entidades públicas e privadas. Naturalmente, em articulação com as estruturas nacionais, regionais e municipais. Funciona a nível deliberativo, presidida pelo Presidente da Cimbal e, a nível técnico, sobre presidência Coordenadora Regional da AGIF – Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais.

 

No sentido de se atingirem esses objetivos, quais as primeiras ações ou mecânicas que estão previstas serem realizada ou implementadas?

No dia 11 de abril, teve lugar a primeira reunião da Comissão Sub-Regional, a nível técnico. Está-se já a trabalhar, com as demais entidades, na elaboração do programa sub-regional de ação. Este estará em sintonia com o programa regional, identificando os projetos que devem ser prioritariamente implementados, em estreita colaboração com as autarquias. O programa sub-regional define a rede secundária de faixas de gestão de combustível e indica as redes viárias, de pontos de água e de vigilância e deteção de incêndios. No caso do Baixo Alentejo, a Cimbal viu aprovada uma candidatura ao Alentejo 2020, no âmbito da Proteção Contra Riscos de Incêndios, permitindo dotar os nossos municípios de um conjunto de equipamentos (estilhaçadores, equipamentos de combate aos incêndios de primeira intervenção para as populações, pontos de água, etc.). Somos também parceiros do projeto Firepoctep, financiado pelo Interreg Poctep, com Espanha, tendo como principal objetivo identificar as Zonas Estratégicas de Gestão, para minimizar o risco e impacto dos grandes incêndios, através de uma gestão integral da paisagem, em face das alterações climáticas globais.

 

Tem a Comissão, agora criada, identificados os principais pontos a corrigir para uma mais eficaz prevenção e um consequente decréscimo de fogos rurais, no Baixo Alentejo?

A redução de incêndios rurais graves será, sem dúvida, o principal objetivo de todos os intervenientes. Para isso, o foco estará na prevenção, educação e sensibilização das comunidades para a alteração de comportamentos, mas também na utilização do uso do fogo como ferramenta de gestão dos espaços silvestres. O especial enfoque dado na prevenção, envolvendo todos os parceiros, mas também as comunidades, deverá proporcionar uma diminuição dos incêndios rurais graves. Este deve ser um objetivo comum a todos nós. Portugal sem fogos depende de todos!

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