Três perguntas a Márcio Guerra, Coordenador de Comunicação da Cáritas Diocesana de Beja
Texto José Serrano
Promovida pela Cáritas Portuguesa, com o apoio da Conferência Episcopal Portuguesa, a Cáritas de Beja associou-se à campanha de apoio à população da Ucrânia, que decorrerá até dia 30 de março. Quem pode contribuir para esta campanha e de que forma o poderá fazer?
O valor angariado pela campanha “Cáritas Ajuda Ucrânia” irá integrar a resposta de emergência da Caritas Internationalis, procurando reforçar a resposta humanitária na Ucrânia e nos países vizinhos e um eventual acolhimento, em Portugal, de famílias deslocadas. Qualquer particular, empresa ou organização poderá fazer o seu donativo por transferência bancária através da entidade 22 222 e referência 222 222 222, do IBAN: PT50 00330000 0109 0040 1501 2, bem como no site da Cáritas Portuguesa em: https://caritas.pt/transferencia-e-multibanco/.
De que maneira estas contribuições resultarão em medidas concretas de apoio às vítimas da guerra?
Consideramos, sem prejuízo de outras campanhas a adotar, que neste momento o valor monetário é imprescindível para reforçar, no local, a intervenção da Cáritas, que se constitui por três níveis: Na Ucrânia, a Cáritas tem, desde 24 de fevereiro, uma resposta de assistência humanitária que pretende abranger 5 000 famílias, cerca de 13 mil pessoas. Atualmente estão a prestar serviços de receção a deslocados, serviços de transporte, evacuação de crianças e proteção, abrigo coletivo, apoio psicossocial; as Cáritas transfronteiriças da Moldávia, Roménia Hungria, Eslováquia e Polónia prestam assistência humanitária, providenciam alimentação, roupa e água, bem como informação segura e acesso às telecomunicações – para contacto com familiares fora da Ucrânia – e apoio psicossocial; conscientes do impacto que esta guerra terá no fluxo migratório, estamos a antecipar alguma preparação nesse sentido, procurando que todos os que procuram Portugal como lugar seguro encontrem o apoio necessário para recomeçar as suas vidas em paz – garantindo o acolhimento com alojamento, alimentação, cuidados médicos e materno-infantis, pagamento de despesas relacionadas com creches e educação, suporte de despesas relacionadas com regularização da situação em Portugal e, naturalmente, acompanhamento técnico e profissional.
Como classifica a necessidade de uma resposta de demonstração inequívoca de solidariedade, face à tragédia humanitária que observamos na Ucrânia?
É necessária uma resposta urgente, consistente e de compromisso. Quem faz a guerra esquece a humanidade, colocando diante de tudo interesses de poder. Há que pensar nas pessoas que estão no meio deste conflito e que procuram refúgio, nos idosos, nas mães em fuga com as suas crianças. Apelamos a todos que, dentro das suas possibilidades, participem nesta campanha, para que possamos garantir que cada Cáritas acolha, proteja, promova e integre.