Três perguntas a Luís Bruno, coordenador da Licenciatura em Engenharia Informática do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja)
Texto José Serrano
Rui Anastácio, Dinis Rosa e Pedro Lindeza, alunos do Curso de Licenciatura em Engenharia Informática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPBeja, são os autores do projeto “Vai d’Roda”, vencedor da 2.9 edição do concurso Ideias e Prémios Startup Labware, promovido pelo Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia e a Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo. Como descreve este projeto vencedor?
É um projeto inovador que pretende resolver problemas na experiência de mobilidade dos cidadãos e turistas que usam os transportes públicos dos veículos e as rotas e estações da rede, prever o tempo de espera de chegada do próximo veículo numa dada paragem e estimar o percurso pretendido mais rápido. A App permite também pagar o passe e descontar o valor da viagem.
Qual a génese desta ideia?
A ideia nasceu das dificuldades sentidas pelos três estudantes no acesso a informação, em tempo real, sobre os veículos que circulavam nas linhas das Urbanas. Enquanto utentes das Urbanas, estes estudantes confrontaram-se, variadas vezes, com problemas de pontualidade nos horários dos autocarros, nas suas paragens de origem. Atrasos devido a avarias, acidentes ou ao mau tempo, que levava as pessoas a permanecerem na paragem mais do que o previsto, tempo de chegada a cada paragem. Deste modo, não teriam receio de chegar atrasados, nem estariam demasiado tempo na paragem.
Ainda que o projeto original contemple os transportes públicos de Beja, considera que esta ideia poderá vir a ser extrapolada para outras cidades?
Esta ideia e a solução proposta têm, claramente, capacidade de migração e de escalabilidade para outras cidades e realidades de mobilidade. Este é um problema comum a muitas cidades que têm uma rede de transportes pública e que, através desta solução tecnológica, podem oferecer um serviço de maior qualidade aos seus habitantes e turistas. Numa primeira fase, pretende-se implementar e testar a solução em articulação rodoviários numa cidade. A solução tecnológica a usar pelos utentes é suportada numa aplicação digital (App) que funciona num smartphone comum. Esta App acede à geolocalização dos veículos da rede de transportes públicos urbanos que estão em circulação, cada um deles equipado com GPS. Com esta informação é possível ao utente visualizar no mapa da cidade a posição com as desvantagens daí decorrentes, como por exemplo estarem expostas à chuva e ao frio. Ou o autocarro vinha adiantado e já não o conseguiam apanhar. Assim, germinou neles a ideia de que estes problemas poderiam ser mitigados se tivessem acesso a um sistema com informação atualizada, que os informasse onde estava o autocarro pretendido e que permitisse estimar o com o sistema de transportes públicos de Beja, expandindo-o, numa fase seguinte, para outras cidades do Alentejo e, finalmente, para o resto do País. Pelo caráter inovador deste projeto, o IPBeja está disponível para apoiar estes estudantes no seu desenvolvimento, em particular através da sua incubadora de empresas.