Diário do Alentejo

Beja com um dos valores mais altos na fatura da água por ano

13 de janeiro 2022 - 16:30

Os dados revelados pela DECO - Associação de Defesa do Consumidor, mostram que Beja é o segundo distrito que regista o valor anual na fatura da água mais elevado, com 370,44 euros por ano, só perdendo para Aveiro que apresenta 379,26 euros por ano.

 

Por ordem decrescente, seguem-se os distritos de Portalegre (356,88 euros/ano), Vila Real (337,48 euros/ano), Viana do Castelo (329,89 euros/ano), Leiria (328,01 euros/ano), Guarda (323,87 euros/ano), Faro (322,26 euros/ano), Castelo Branco (317,03 euros/ano), Viseu (297 euros/ano), Bragança (284,16 euros/ano), Setúbal (283,84 euros/ano), Coimbra (273,76 euros/ano), Porto (269,01 euros/ano), Lisboa (259,51 euros/ano), Santarém (257,92 euros/ano), Braga (256,30 euros/ano) e Évora (214 euros/ano).

Sendo, que nas regiões autónomas, em Ponta Delgada, nos Açores, cada família paga por ano 263,41 euros de fatura de água, enquanto no Funchal, na Madeira, esse valor é de 160,8 euros.

 

Segundo os mesmos dados, nos cinco concelhos mais caros do país, estão Trofa (503,61 euros/ano pagos pelos consumidores domésticos de 120 metros cúbicos de água), Santo Tirso (490,77 euros/ano), Vila do Conde (480, 21 euros/ano) - os três no distrito do Porto -, Celorico de Basto (447,13 euros/ano), no distrito de Braga, e Gondomar (443,99 euros/ano), também no distrito do Porto.

 

Já os habitantes que pagam a fatura da água mais barata são os de Lajes das Flores (9,36 euros/ano), Santa Cruz das Flores (14 euros/ano), Corvo (26,4 euros/ano) - todos na região autónoma dos Açores -, e São Vicente (69,5 euros/ano) e Porto Moniz (72,6 euros/ano), na região autónoma da Madeira.

 

A fatura da água tem indexadas as tarifas dos serviços de abastecimento de água, de saneamento e de resíduos sólidos urbanos (RSU), estas duas últimas calculadas em função do consumo de água.

 

No caso dos três primeiros concelhos com a fatura da água mais barata, os respetivos municípios, não cobram tarifas de saneamento e RSU’s.

 

Por sua vez, nos concelhos de Lisboa, a água mais cara é paga em Alenquer (410,94 euros/ano) e a mais barata é na capital (259, 51 euros/ano), enquanto no Porto, o concelho de Trofa apresenta o valor mais elevado (503,61 euros/ano) e o de Felgueiras (228,24 euros/ano) o mais baixo.

 

A DECO alerta, ainda, para as discrepâncias nos preços indexados à fatura da água entre concelhos, que chegam aos 400 euros anuais.

“Existem discrepâncias acentuadas, sendo que a comparação mais extrema entre os municípios identifica uma diferença que supera os 400 euros anuais” nas tarifas dos serviços de abastecimento de água, saneamento e resíduos sólidos urbanos incluídas nas faturas de água cobradas aos cidadãos nos 308 municípios do país”, adverte a DECO, acrescentando tratar-se de “valor muito significativo”.

 

Esta organização de defesa do consumidor exemplifica com as diferenças entre a Trofa, no distrito do Porto, e Vila Nova de Foz Coa, no distrito da Guarda, onde se paga, respetivamente, 503 euros por 120 metros cúbicos por ano e 88,20 euros pela mesma quantidade de água consumida.

 

Desta forma, uma família de três ou quatro pessoas, em diferentes zonas do país e com gastos idênticos, paga faturas “muito desiguais”, por exemplo 250 euros por ano em Vila do Conde, no distrito do Porto, 56,68 euros em Almodôvar, no distrito de Beja, 53,80 euros em Penedono, no distrito de Viseu, 46,50 euros em Terras de Bouro, no distrito de Braga.

 

Também o saneamento (tratamento das águas residuais) apresenta, para 120 metros cúbicos, um intervalo de variação acentuado de 173 euros, entre Covilhã (185,30 euros/ano) e Vila de Rei (12,24 euros/ano), ambos do distrito de Castelo Branco.

 

A DECO lembra também que há municípios que ainda não cobram tarifa de saneamento, “o que denuncia, mais uma vez, tarifários divergentes, que resultam no tratamento pouco equitativo dos cidadãos”.

 

Em relação à tarifa dos resíduos sólidos urbanos (lixo), a Associação de Defesa do C onsumidor adverte que a tarifa é calculada em função do consumo da água, “uma lógica que a DECO tem vindo a criticar e que, legalmente, está previsto ser alterada até 2026”.

Comentários