Diário do Alentejo

Beja: CDU denuncia "problemas" no início do ano letivo

25 de setembro 2020 - 20:00

A CDU acusou a liderança da Câmara de Beja (PS) de não ter planeado com "devida antecedência" o início do ano letivo no concelho e denunciou vários problemas, como falta de transportes para responder a necessidades de alunos.

 

Em comunicado, os eleitos da CDU nas assembleias de freguesia do concelho salientam "a falta de planeamento e de articulação da Câmara de Beja com as juntas de freguesia e as escolas básicas do 1.º ciclo com pré-escolar" para "preparar com a devida antecedência o início do ano letivo, nomeadamente na conceção, impressão e colocação de sinalética, na entrega de máscaras e de gel desinfetante e na elaboração dos planos de transporte".

 

Já o presidente da Câmara de Beja, Paulo Arsénio, disse que a acusação da CDU "não corresponde à realidade", contrapondo que "o serviço educativo do município planeou bem o início do ano letivo com os dois agrupamentos de escolas do concelho e com os serviços do Alentejo da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares".

 

Devido à pandemia de covid-19, "foi um planeamento difícil e é um ano letivo difícil, com exigências muito particulares, mas que começou com a normalidade possível e sem nada de atípico ou grave", disse o autarca, reconhecendo que "há algumas arestas por limar e insuficiências que estão identificadas e o município vai resolver".

 

Paulo Arsénio frisou que, segundo informações dos agrupamentos reportadas ao município, os materiais de sinalética e proteção individual relacionados com a covid-19 "chegaram a todas as escolas".

 

Em relação ao transporte escolar, os eleitos da CDU referem que "algumas situações foram resolvidas na véspera" e "muitas" estão "por resolver", como as que afetam os alunos que moram nas freguesias rurais do concelho e frequentam as escolas secundárias na cidade de Beja.

 

Os alunos que começam as aulas às 13:00 só têm transporte público para a cidade de Beja às 07:00 e os que terminam as aulas às 12:50 só têm transporte às 19:00 para poderem regressar casa, denunciam. "É incompreensível que ainda não esteja definido um plano de transportes que salvaguarde estas situações e permita a estes jovens iniciarem o novo ano letivo em segurança", lamenta a CDU.

 

Paulo Arsénio reconheceu que há "algumas dezenas de alunos" naquelas situações e explicou que este cenário se deve ao facto de a empresa Rodoviária do Alentejo, a prestadora do serviço, "só ter comunicado os horários dos transportes ao municípios e à comunidade escolar no dia 18 deste mês, o dia em que começaram as aulas.

 

As situações "vão ser resolvidas", disse o autarca, referindo que o município pediu à empresa para "adequar os horários dos transportes às necessidades dos alunos", o que "foi conseguido para ser aplicado num conjunto de freguesias já a partir de segunda-feira".

 

E as situações que não forem resolvidas pela Rodoviária do Alentejo, “em número muito diminuto", serão resolvidas pelo município com recurso aos seus próprios transportes escolares, disse o autarca.

 

Os eleitos da CDU também consideram "incompreensível" a falta de técnicos especializados para "acompanhar os alunos com necessidades educativas especiais" e que em algumas escolas do 1.º ciclo os alunos "só iniciem as Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) dentro de uma ou duas semanas, devido à colocação tardia dos respetivos professores".

 

Paulo Arsénio disse que, através de uma candidatura ao programa "Sucesso na Escola", "foi o atual executivo PS da Câmara de Beja que colocou há dois anos e pela primeira vez duas equipas multidisciplinares nos dois agrupamentos de escolas do concelho", uma em cada um, para prestarem apoio a alunos com necessidades educativas especiais.

 

A candidatura terminou no final do passado ano letivo e o município teve de apresentar uma nova candidatura ao programa, que já foi aprovada, e está na fase de contratação de duas equipas multidisciplinares para serem colocadas nos agrupamentos para apoiarem alunos com necessidades educativas especiais neste ano letivo e no de 2021/2022.

 

Em relação às AEC, o autarca explicou tratar-se de uma competência passada este ano para a Câmara de Beja, que contratou as mesmas empresas que prestavam o serviço aos agrupamentos de escolas do concelho.

 

"O que aconteceu este ano foi que, em função do desdobramento de turmas devido à covid-19, as empresas tiveram de contratar mais técnicos e informaram o município que só poderão iniciar as AEC a partir de segunda-feira", explicou o autarca, referindo que "os alunos tiveram apenas uma semana sem AEC".

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