Diário do Alentejo

Vinhos: Bojador, um vidigueira Branco arrojado

18 de março 2020 - 12:52

O enólogo Pedro Ribeiro é natural do Porto e fez a sua formação em Vila Real, na UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Estagiou no Douro e esteve primeiramente a trabalhar um ano na Austrália. Quando regressou a Portugal, rumou a sul e instalou- -se na herdade dos Grous, em Albernoa (Beja), onde trabalhou durante nove anos ao lado do enólogo Luís Duarte. Em 2013 juntou-se à sua mulher, Catarina Vieira, na herdade do Rocim, onde têm desenvolvido um trabalho de grande sucesso na afirmação desta marca. Todavia, tinha um sonho antigo de desenvolver um projeto mais pessoal e de expressar a sua ligação ao Alentejo, e em particular à Vidigueira, que, nas palavas de Pedro Ribeiro, “é um lugar único, com uma tradição milenar de dedicação à vinha e ao vinho”. Nesse sentido, começou a selecionar desde 2010 um conjunto de vinhas velhas que melhor expressam o terroir de Vidigueira para criar vinhos que “transportem a alma do Baixo Alentejo” e que “tenham memória da história desta terra”. Procura criar “vinhos minerais, frescos, elegantes, emotivos e autênticos”. Os vinhos são elaborados com um mínimo de intervenção enológica, em lotes feitos no campo, cofermentados com leveduras indígenas e com um uso ponderado e prudente da madeira, para permitir que a Vidigueira se expresse no copo de forma pura e natural. A gama de vinhos Bojador é composta atualmente por sete referências: Bojador tinto, branco e rosé; Bojador Reserva tinto; Bojador Vinho de Talha tinto e branco; Bojador Espumante Blanc de Blancs. O vinho Bojador branco 2018 foi elaborado com as castas Antão Vaz, Arinto e Alvarinho. Na adega, as uvas foram selecionadas em tapete de escolha, com desengace total e esmagamento ligeiro do bago.

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A fermentação ocorreu em cubas de inox a baixas temperaturas, de forma a preservar os aromas varietais durante 23 dias. O vinho estagiou em garrafa por um período de três meses antes de sair para o mercado. Contido no teor alcoólico (12,5 por cento), é um vinho fresco e com aromas a frutos tropicais. Na boca é elegante, equilibrado e seco. É um vinho arrojado que está preparado para conquistar mercados diversificados, pois tem uma excelente qualidade face ao seu segmento de preço. Pode bebê-lo sozinho, mas brilhará com mais intensidade na companhia de petiscos, peixes grelhados, mariscos e carnes brancas. PVP: 7 euros.

Texto: Manuel Baiôa

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