Diário do Alentejo

A "Odisseia" do Teatro Nacional D. Maria II

13 de novembro 2023 - 10:10
Foto | D.R.

Depois de ter estado presente em Mértola, a “Odisseia Nacional” do Teatro Nacional Dona Maria II (TNDM II) – projeto que procura “democratizar exponencialmente a oferta teatral, fomentando a criação artística local, com projetos intergeracionais e inclusivos, que refletem a diversidade do País, a partir de escalas regionais” – chega a Beja. No dia 18 sobe ao palco do Pax Julia Teatro Municipal “O Misantropo – por Hugo van der Ding e Martim Sousa Tavares a partir de Molière”: “É noite de estreia. O ‘Misantropo’, de Molière, vai ser representado pela primeira vez em Portugal perante o Rei e toda a corte e o espetáculo está longe de estar pronto”.

Depois, de 21 a 23 deste mês, a Plataforma285 levará a cena o espetáculo “Primeiro Andamento”, espécie de visita guiada, para alunos e professores do 1.º ciclo. “Uma oportunidade para conhecer os cantos dos teatros tão bem como os das nossas casas, e, com o tempo, torná-los nossos também, recebendo e fazendo amigos nestes lugares onde tudo pode acontecer. ‘Primeiro Andamento’ dá a conhecer e apresenta os edifícios, as suas histórias e curiosidades. Esperam-se olhares curiosos e ouvidos atentos”. As sessões, “descontraídas”, decorrerão no Pax Julia Teatro Municipal. Simultaneamente, em Ourique, também a odisseia prossegue, nas escolas, com o “Laboratório Teatral – descobri-quê?”, entre os dias 16 e 18. “Descobrir o quê? Descobrir quem? Quem descobriu quem? Quem descobre o quê? Como é possível descobrir e nomear uma coisa que já existia antes e tinha uma identidade própria?”. Trata-se de uma atividade de formação em que, através do jogo teatral, explorar-se-á a temática do espetáculo, “promovendo o pensamento crítico em torno de um passado de invasão e saque e desmontando algumas ideias feitas sobre os ‘descobrimentos’”. Esta atividade decorre paralelamente aos espetáculos “descobri-quê?”, que o Cineteatro Sousa Telles recebe, a 17 e 18, em que se pretende “contribuir para a descolonização – enquanto gesto inacabado, portanto constante e continuado – do ensino do período histórico designado como descobrimentos, quebrando uma série de narrativas oficiais que romantizam esta época e procurando uma confrontação com o passado invasor, expansionista e colonialista português”. No dia 25, será a vez do Cineteatro de Barrancos também receber o espetáculo “descobri-quê?”.

A “Odisseia Nacional” do TNDM II por terras do distrito de Beja terá o seu epílogo em Serpa. Assim, a 7 e 8 de dezembro, o cineteatro local receberá o espetáculo “Homo Sacer”, uma criação que procura, “sob uma perspetiva ao mesmo tempo antropológica e política, refletir sobre o anticiganismo, sem incorrer nem em moralismos, nem em idealizações”.

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