Diário do Alentejo

Silarca – Festival do Cogumelo, em formato digital

05 de março 2021 - 09:20

Texto José Serrano

 

A partir da aldeia de Cabeça Gorda, realiza-se entre hoje e domingo, o Silarca – Festival do Cogumelo 2021. Esta 8.ª edição do evento realizar-se-á, no âmbito das restrições decorrentes da pandemia, em formato digital, podendo todas as realizações do festival serem seguidas através do Facebook da Junta de Freguesia de Cabeça Gorda. O “Diário do Alentejo” falou com Lucília Simão, presidente da junta de freguesia local.

 

Como nos apresenta este Silarca 2021, condicionado pela pandemia que atravessamos?

Esta é a primeira edição em que não é possível estarmos juntos, fisicamente, a celebrar a riqueza do nosso património natural. É também uma edição particularmente sensível, pelo facto de termos visto “partir” algumas pessoas da nossa aldeia, como causa do covid-19, que foram sempre uma presença assídua neste evento. Apesar desta situação que, do ponto de vista emocional, nos afeta a todos, o executivo da junta de freguesia, ciente da responsabilidade que tem em continuar a afirmar o nosso território, decidiu construir um evento ‘online’, na sua maioria previamente gravado. A edição deste ano mantém o figurino de três dias do festival, apostando, naturalmente, na promoção e sensibilização. Assim, teremos concertos com artistas do nosso concelho – Paulo Ribeiro, Fernando Pardal e Calma e Vento Sul –, o passeio micológico virtual, entrevistas e reportagens sobre a freguesia, apresentação de uma exposição de filatelia subordinada ao tema da micologia, ‘showcookings’ com a Marta Palma, música eletrónica com o Dj Ezzra, a apresentação do livro “Cogumelos em Portugal”, entre outros conteúdos que esperamos ser do interesse dos internautas. Criámos, também, a Lota Micológica Virtual – através dos contactos que a junta disponibiliza, pode-se ligar diretamente para os apanhadores de silarcas, da freguesia, e fazer a sua encomenda de cogumelos silvestres.

 

Considera que novos públicos poderão vir a descobrir o Silarca, através deste formato digital?

Um dos grandes objetivos desta edição é captar mais público, apresentando o que de melhor temos para oferecer, e promover a edição de 2022, numa lógica de retoma. Claro que esta edição também vai permitir a muitos emigrantes, que já tinham o hábito de vir, por esta altura do ano, visitar as suas famílias e participar no festival, verem a sua terra e, à distância, matar saudades.    

 

Qual a importância deste festival, e a valorização dos recursos endógenos que lhe está associada, para a comunidade local?

Este festival tem uma importância vital para a dinamização económica e social da freguesia e do concelho de Beja. Um evento que contribui para uma taxa de ocupação de dormidas bastante elevada; que contribui para a ocupação de cafés e restaurantes da freguesia, durante três dias, com centenas de refeições servidas; que garante a muitas pessoas, através da apanha da silarca, uma importante receita. Tudo isto associado à venda de artesanato, de produtos do nosso Alentejo, à exploração das tasquinhas. Não temos dúvidas em afirmar que o festival é um evento que estimula muito a nossa economia.

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