Diário do Alentejo

Pedro Severino, coordenador do Beja Basket Clube

30 de abril 2020 - 12:00

“O basquetebol tem sido tudo para mim. Sou a pessoa que sou hoje devido a tudo o que recebi do desporto e, em particular, desta modalidade. As grandes amizades e os grandes momentos do meu dia a dia são uma consequência do que o desporto me ofereceu. Apenas tento retribuir e fazer tudo, diariamente, para que outros tenham estas experiências e as paixões riquíssimas que o desporto nos proporciona”.

 

Texto Firmino Paixão

 

Caminha para os 30 anos. Nasceu em Beja e deixou-se fascinar pelo desporto. Aos quatros anos já praticava karaté, mas também jogou futebol, hóquei em patins, ténis e praticou natação. Por fim, apareceu o basquetebol, aos 12 anos e como na vida há sempre opções a tomar, a sua foi pelo desporto que mais o “fascinou”.

 

O basquetebol é a modalidade que pratica, que ensina e que coordena sob a tutela do Beja Basket Clube. Pedro Severino é um jovem apaixonado pela sua cidade, pelo desporto em geral e pelo basquetebol em particular. Por isso, diz que todos os dias trabalha “com o objetivo de melhorar os nossos atletas, transmitir-lhe a paixão pelo jogo e contribuir para o desenvolvimento do clube e da cidade”.

 

Essa paixão, esse fascínio, sentiu-o logo em criança, e conta que “o desporto e a natureza foram indispensáveis” na sua educação. “Com os meus pais, principalmente com o meu pai, que era treinador de karaté, tínhamos sempre atividades para fazer, fosse pelo desporto ou através da natureza. Recordo-me de montar a cavalo, de assistir a corridas de galgos, nadar, pescar e participar em competições de karaté, coisas que preenchiam o meu tempo de uma forma riquíssima e, provavelmente, me levaram no caminho do desporto”.

 

Pedro Severino iniciou a sua formação escolar no Jardim Nossa Senhora da Conceição, até ao 4º ano. Esteve na Escola Mário Beirão até ao 9º ano, onde teve o primeiro contacto com o basquetebol, e daí transitou para o antigo liceu, para frequentar o Curso Tecnológico de Desporto. Desses tempos, recorda que foi através dos estágios proporcionados pelo curso que começou a sua ligação “à área do treino”. “Fui treinador de mini básquete pela primeira vez. Devido à influência do Luís Caramba, também tirei o curso de árbitro federado de basquetebol e comecei aos 16 anos a arbitrar jogos”.

 

Concluído o secundário, como técnico de desporto, estagiou na secção de basquetebol do Despertar Sporting Clube até se candidatar ao ensino universitário. “Finalizei a licenciatura em Ciências do Desporto, na Universidade de Coimbra, mas o meu sonho sempre foi ter o desporto como primeira opção de vida. Sou um apaixonado por atividades desportivas e sabia que, a nível profissional, esse iria ser o meu caminho. Se pudesse conciliar essa opção com a modalidade que é a minha paixão, então a minha escolha seria sempre o basquetebol”. Habilitado com a licenciatura e com o curso de treinador de nível II, regressou a Beja, onde adquiriu formação mais específica.

 

Como jogador, iniciou-se no Despertar, influenciado por “duas pessoas que refiro como principais dinamizadores da modalidade e que me transmitiram esta paixão: o Luís Caramba e o João Margalha”. A fundação do Beja Basket Clube aconteceu um ano depois da sua ida para Coimbra, onde treinava. Aos fins de semana vinha jogar a Beja. Porém, a sua dedicação era muita e nunca falhava a um treino. 

 

“Treinava no Clube PT Coimbra, mas tarde CAD Coimbra. Em determinada altura o treinador fez-me o convite para jogar na equipa e disputar o nacional de sub/20. Começou aí a minha aventura, por Coimbra, no basquetebol, Atingimos uma segunda fase do nacional de sub/20 e depois, em seniores, uma segunda fase do Campeonato Nacional de Basquetebol (CNB) 2”.

 

Mais adiante, integrando a equipa universitária que disputava o campeonato nacional, participou num europeu universitário, realizado na Croácia. Como jogador avalia-se como “competitivo e trabalhador”, mas muito cedo iniciou a sua atividade de treinador e, nessa vertente, refere ter tido “o prazer de treinar pessoas que atingiram níveis desportivos incríveis, mas também outros atletas que foram excecionais, cada um à sua maneira”. 

 

“Destaco três atletas com quem partilhei o treino e que atingiram níveis de seleção nacional, através da sua capacidade de trabalho e dedicação: Pedro Lança, Vasco Lança e Carmo Cruz. Em Beja existem outros atletas com essa capacidade, mas com muito trabalho pela frente”, garante.

 

Atualmente, Pedro Severino é o coordenador técnico do Beja Basket Clube e sublinha que essa sua ligação profissional “começou através de uma nova direção liderada por duas pessoas incríveis, que tudo fizeram para criar condições para o crescimento desportivo do clube: o presidente João Margalha e o vice-presidente Rui Palma”.

 

Nestas funções, promove e ensina a modalidade junto de infantários e em ‘ateliers’ de tempos livres. “São momentos de uma riqueza incrível, na partilha de experiências diárias com crianças. A ingenuidade e felicidade com que estes meninos e meninas realizam as atividades é algo verdadeiramente incrível”. 

 

Haverá algum sonho por concretizar? “Claro! Fazer com que o Beja Basket Clube e a nossa cidade sejam uma referência do basquetebol nacional, ao nível da formação. Fazer o clube crescer todos os dias e evoluir de modo a permitir que mais pessoas tenham interesse pela modalidade. Em termos pessoais, quero atingir o nível de representar o nosso País, seria um belo sonho”, conclui.

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