Diário do Alentejo

Ténis de mesa da Casa do Povo Serpa continua na senda dos bons resultados

16 de março 2024 - 12:00
“O sucesso não cai do céu”Foto | Firmino Paixão

A Casa do Povo de Serpa lidera, isolada e invicta, a série Sul do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão de Ténis de Mesa. A cinco jornadas do final desta fase, a formação serpense já olha para uma possível promoção à divisão de honra, onde se poderá juntar ao Luso Serpense.

 

Texto | Firmino Paixão

 

Cumpriu-se a 13.ª jornada do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão de Ténis de Mesa e a equipa da Casa do Povo de Serpa venceu (4-0) a formação do Grupo Desportivo Pic-Nic, de Vila Real de Santo António, consolidando a liderança da série Sul, com 13 vitórias em igual número de jogos e mais quatro pontos que o segundo classificado, a Academia Musical e Recreativa 8 de Janeiro, de Alhos Vedros. Os cinco jogos que faltam para a Casa do Povo cumprir o calendário desta fase serão com o Boa Hora (casa), sétimo classificado, com a AMR 8 de Janeiro (fora), segundo classificado, com o Torrense (casa), décimo classificado, com o Padernense (casa), terceiro classificado, e com o Vitória de Setúbal B (fora), oitavo classificado.

Formam a equipa os seguintes mesa-tenistas: o “onubense” (natural de Huelva, Espanha) Amadeo Sanchez, os irmãos Tiago e João Mourão, Luís Cuiça, Carlos Nunes e Miguel Lampreia, que foi o porta-voz do sexteto, numa conversa pragmática com o “Diário do Alentejo”, durante a qual fez o balanço da época em curso. “O trabalho que tem sido feito, não apenas nesta época, mas também em anos anteriores, está a dar frutos e a mostrar resultados. No decorrer desta época conseguimos vencer todas as partidas que já disputámos. Não temos qualquer derrota. Na última jornada, defrontámos o Grupo Desportivo Pic-Nic, uma equipa que derrotámos por 4-1 quando fomos jogar ao Algarve. Voltámos a ganhar, desta vez por 4-0, aliás, nós jogamos sempre com o pensamento na vitória. É essa a nossa postura, muita concentração e maior ambição”.

Miguel Lampreia lembrou aquele que terá sido o jogo mais difícil da época. “Recordo-me de um jogo realizado aqui em casa, em dezembro do ano passado, contra a Academia MR 8 de Janeiro, que vencemos por 4-3. Um jogo bastante renhido, muito bem disputado, com a vitória a sorrir-nos já na última partida. Foi um jogo que nos ficou na recordação, pelas dificuldades que o adversário nos criou, mas que, felizmente, nós conseguimos superar”. Dificuldades que ainda dão mais significado ao lugar que ocupam no topo da tabela, reconheceu. “Temos, principalmente, um sentimento de orgulho por vermos o nome da Casa do Povo de Serpa no primeiro lugar da tabela classificativa. Mas isso demonstra, sobretudo, o trabalho e a dedicação do nosso treinador, o professor António Bentes, em prol da modalidade e na valorização de todos os atletas. Sentimos uma enorme honra em fazer parte desta equipa e em representarmos a Casa do Povo de Serpa”. Mérito dos jogadores que têm mostrado competência em todos os jogos, mas também da sua estrutura de retaguarda. “Quero realçar que nada disto seria possível se não fosse o grande trabalho e a enorme dedicação do nosso treinador, António Bentes. Nunca será demais reconhecer o mérito que tem tido na forma como tem projetado o nome desta cidade através desta modalidade, nomeadamente, através das equipas da Casa do Povo de Serpa e do Luso Serpense”.

Os pontos fortes desta equipa ganhadora estão identificados e o jogador revela-os de forma descomplexada. “Temos uma equipa bastante equilibrada e esse é o principal argumento para o nosso sucesso. Temos uma equipa com seis atletas mas, na falta de um, ou de outro, os restantes conseguem sempre superar essa ausência, porque o valor de todos os jogadores é muito semelhante. A maior parte dos jogadores tem características ofensivas, mas temos dois atletas com um modelo de jogo mais defensivo, Carlos Nunes e Tiago Mourão, que nos dão alguma vantagem quando defrontamos determinadas equipas. Em termos etários existe um misto, temos atletas mais velhos, com mais experiência e sabedoria, outros mais jovens, com mais sangue e mais garra, complementamo-nos assim”.

Miguel Lampreia não descarta uma eventual promoção à divisão de honra. “Sem querer criar grandes expectativas à volta disso, confesso que esse é um objetivo comum a todos os elementos da nossa equipa. Olhando para o calendário que nos falta cumprir, acreditamos que é algo possível de alcançar, embora, repito, sem querermos alimentar muitas expectativas. Cada jogo será uma etapa diferente, disputamo-los todos com o pensamento na vitória e é com esse espírito que continuaremos o nosso percurso, focados numa possível subida de divisão e tentando acabar o campeonato sem termos sofrido qualquer derrota. Mas o Luso Serpense também lidera a sua zona na Divisão de Honra apenas com uma derrota, poderia dar-se o caso de subirmos ambos de divisão e não nos encontrarmos no mesmo patamar. Ficaríamos também muito felizes se isso acontecesse”, considerou o jogador, sublinhando a dedicação que têm pela modalidade. “Somos todos amadores, nenhum destes atletas é profissional. Temos o nosso trabalho, as nossas vidas e as nossas famílias. Depois de oito horas de trabalho vir para aqui despender de mais duas ou três horas diárias, tem que ser com muito gosto e muito amor por aquilo que se faz. O sucesso não cai do céu. O nosso mérito é reconhecido pela comunidade, mas não tanto como deveria ser. Temos pena de não estarem aqui mais pessoas a apoiar-nos, mas compreendemos isso. Agora, mais importante do que esse reconhecimento é nós sentirmo-nos realizados com tudo aquilo que fazemos aqui todos os dias”, rematou.

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