Diário do Alentejo

Aljustrel recebeu ação do Programa de Observação, Identificação e Seleção de Talentos no Hóquei em Patins

10 de março 2024 - 08:00
Saber estar e saber serFoto| Firmino Paixão

Jovens hoquistas dos clubes do Alentejo e do Algarve, regiões tuteladas pela Associação de Patinagem do Alentejo, mostraram os seus dotes e talentos na modalidade ao selecionador nacional Hélder Antunes.

 

Texto e Foto Firmino Paixão

 

O Pavilhão Municipal Armindo Peneque, em Aljustrel, acolheu uma das nove ações programadas pela Federação de Patinagem de Portugal no âmbito do Programa OIT – Observação, Identificação e Seleção de Talentos, para os escalões sub/13 e sub/15, na modalidade de hóquei em patins. O programa, iniciado em Sesimbra, decorre em conjunto com as associações regionais da modalidade e terminará, no início de abril, em São Miguel (Açores), tendo como objetivo promover e incentivar o desenvolvimento individual e coletivo dos atletas mais jovens, tendo como foco a sua chegada à seleção nacional, fixando-se igualmente na evolução dos jovens na posição específica de guarda-redes.

Dinis Hilário, Diogo Zeverino, Jorge Santos, José Zambujeiro e Mafalda Valente (atletas do Clube de Patinagem de Beja), Joana Carrageta (Grupo Desportivo Diana), Beatriz Valadas, Diana Trindade, Mafalda Lopes, Marta Nunes e Nicole Florêncio (Grupo Desportivo 1.º Março, em Mourão), foram os jogadores e as jogadoras, da região alentejana convocadas pelo selecionador regional, Carlos Resende, para esta ação, a par de outros jovens do Clube Desportivo Boliqueime e do Hóquei Clube de Portimão.

O selecionador nacional Hélder Antunes, em declarações exclusivas ao “Diário do Alentejo”, adianta: “Este é um programa desenvolvido em todo o território nacional, desde as ilhas ao Minho, onde os treinadores das seleções nacionais, masculinas e femininas, vão estando presentes, fazendo um trabalho que já foi implementado há vários anos, que é a observação, identificação e seleção de talentos, ou seja, referenciarmos e acompanharmos a evolução dos jogadores e jogadoras que, dentro de poucos anos, poderão integrar as seleções nacionais sub/17 masculinas e femininas e, quiçá, futuramente, chegarem às principais seleções nacionais”. Um processo que, naturalmente, se iniciará com uma primeira escolha dos técnicos regionais: “Os selecionadores regionais, dentro da faixa etária que é indicada pela direção técnica nacional da Federação de Patinagem de Portugal, selecionam os 12 atletas masculinos e femininos que entendem reunir essa capacidade e, para a Escola de Guarda-Redes também podem indicar três de cada género”. Um primeiro passo que antecipa a vinda dos técnicos nacionais: “Nós vamos passando pelas associações para implementarmos o nosso sistema de trabalho e analisarmos que tipos de respostas nos dão os jovens”. Uma observação que vai para além do mérito desportivo, admite: “Valorizamos tudo. Eles passam um dia connosco, um dia muito parecido ao que acontece na seleção nacional em contexto de estágio, obviamente que avaliamos a qualidade da patinagem, do passe e da receção e as componentes técnicas e táticas. Conhecendo nós a realidade de cada zona territorial, sabendo que algumas terão mais atletas do que outras, e que algumas têm mais equipas e campeonatos mais competitivos do que outras”. Por outro lado, acrescenta: “Também fazemos uma avaliação do saber estar e do saber ser, porque, muitas vezes, a qualidade técnica, ou tática, não é suficiente para se atingirem altos patamares, neste caso, representar a seleção nacional. Temos que perceber o perfil do atleta que está para lá das quatro tabelas, a sua forma de ser e a sua forma de estar”.

O passo seguinte será, naturalmente, mais exigente, aliás, as escolhas, seguramente, serão mais apuradas, confirma o técnico nacional: “O segundo passo é um torneio que organizamos no âmbito da federação que é o chamado Torneio OIST, um encontro de seis dias que acontece, normalmente, no mês de maio, onde estarão quatro seleções OIST, uma feminina e três masculinas, representantes de todas as zonas geográficas, divididas em norte, centro e sul, compostas por, pelo menos, dois jogadores de cada uma das associações onde estivemos presentes. Premiamos o trabalho feito pelos clubes e pelas associações regionais, porque só com essa interação com a federação é que faremos evoluir o hóquei em patins”.

As realidades diferem de região para região, algo que o técnico nacional mostrou conhecer, preferindo valorizar a existência da modalidade em detrimento de uma maior ou menor competitividade. “O hóquei em patins está realmente um bocadinho descaído para o litoral”, assume Hélder Antunes.

Contudo, lembra: “Temos zonas onde nem sequer se pratica a modalidade, portanto, nós olhamos para a existência da modalidade no Alentejo e no Algarve como algo positivo. É isso que temos que valorizar, dar mérito ao esforço destes atletas, dos pais, dos dirigentes e dos treinadores, em vez de nos lamentarmos. Todos gostaríamos de ter mais atletas e em todas as zonas, mas temos que valorizar o que existe. Temos hóquei em patins no Alentejo e isso é que é importante”.

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