São Silvestre de Beja contou com 638 participantes a correr e a caminhar

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São Silvestre de Beja contou com 638 participantes a correr e a caminhar

06 de janeiro 2024 - 08:00

Uma gloriosa dobradinha

Etson Barros e Cláudia Bobocea, dois atletas do Sport Lisboa e Benfica, dominaram a Corrida de São Silvestre Cidade de Beja. Um evento desportivo e solidário, organizado pela Câmara Municipal de Beja.

Texto | Firmino Paixão

Com uma adesão sensivelmente semelhante (mais sete inscrições) à edição do ano anterior, não obstante o significativo aumento dos prémios financeiros, a São Silvestre de Beja teve, porém, uma acentuada melhoria no perfil dos atletas que se apresentaram à partida com grande favoritismo ao triunfo, quer no setor masculino mas, principalmente, no feminino. O campeão nacional de corta-mato em título, Etson Barros, repetiu o triunfo da edição anterior, tendo, desta feita, que apelar aos seus principais recursos para desfeitear a concorrência (principalmente, o sportinguista Alex Macuacua e o bejense Bruno Paixão) que o apertou durante as quatro voltas do percurso urbano de uma dezena de quilómetros.

Já a romena Cláudia Bobocea, atleta com palmarés olímpico, teve, apenas, em Kcénia Bougrova, a bielorrussa cientista e atleta, a sua principal opositora, sem que a impedisse, contudo, de vencer a corrida, fazendo com que o Sport Lisboa e Benfica fizesse a dobradinha, numa noite que trouxe muita gente para as ruas do centro histórico da cidade.

No balanço da iniciativa, a vereadora do município de Beja com o pelouro do desporto, Marisa Saturnino, comentou: “Neste ano tivemos o maior número de participantes de sempre, esta é a segunda edição desde que estamos nestas funções. Sabemos que, anteriormente, em 1990, já tinha existido uma São Silvestre, não promovida diretamente pelo município, mas pela Associação de Atletismo de Beja”, recordou a autarca, lembrando uma prova do género, incluída numa grande homenagem ao médico João Covas Lima, intitulada “Ciclo de Gratidão”. E prosseguiu: “Hoje articulámos com as diferentes entidades, fizemo-lo, também, com a Associação de Atletismo e com outras entidades locais que se quiseram associar, para pormos de pé este evento solidário (a favor do Centro Humanitário de Beja da Cruz Vermelha Portuguesa), com este cariz que também nos deixa muito confortáveis e muito satisfeitos, pela dimensão da adesão que teve e que nos ofereceu esta grande dinâmica pelas artérias do centro histórico da cidade”. Portanto, insistiu a vereadora: “Achamos que Beja está de parabéns, como estão também todos aqueles mais de 600 atletas que participaram e ajudaram a criar esta dinâmica, fazendo desta iniciativa não só um evento solidário, mas também um acontecimento que contribuiu para dinamizar a nossa cidade”.

A organização aumentou o montante dos prémios e o valor das inscrições, ainda assim não conseguiu que isso se refletisse no crescimento substancial do número de inscrições. No entanto, Marisa Saturnino defendeu: “O importante foi começar. Retomámos esta tradição que, como referi, vinha de há mais de duas décadas e que agora tem pernas para andar, que iremos avaliando e melhorando, ano após ano, e vendo com as entidades, com os próprios atletas e a população em geral, os contributos que nos podem dar para tornarmos esta prova cada vez mais apelativa, para que as pessoas venham a Beja”.

A organização, opinião nossa, terá que fazer melhor o “trabalho de casa”, no entanto, a responsável garantiu que essa reflexão será feita: “Fazemos sempre isso. Após cada iniciativa e cada evento avaliamos o que foi feito. Fazendo pela primeira vez, ou fazendo anualmente, vamos tendo sempre essa capacidade de refletir sobre o que correu bem e o que correu menos bem e onde é que podemos melhorar. E isso faz-se com os contributos de todos, em conjunto com os nossos técnicos, que pensam em conjunto comigo como é que isto se operacionaliza, avaliando tudo aquilo que se faz, numa perspetiva de melhoria”.

Sobre o impacto destes grandes eventos no dia a dia do movimento associativo local, Marisa Saturnino deixou claro: “O município estará disponível para contribuir, a todos os níveis, com as nossas freguesias rurais, sendo que algumas já dinamizam este tipo de provas, e querem continuar a fazê-lo. Outras poderão implementá-las pela primeira vez e nós estaremos cá para ajudar, porque o concelho faz-se com todos”.

Quanto às estrelas que mais brilharam nesta Corrida de São Silvestre, Etson Barros, de 22 anos, revelou: “Foi uma prova bem disputada, com mais atletas nacionais de grande valor. Senti-me mais confortável do que no ano passado, embora não me quisesse desgastar muito, porque tenho já outros compromissos. Fomos controlando ao longo das quatro voltas mas, nos últimos quilómetros, ataquei e consegui a vitória”.

Cláudia Bobocea, de 31 anos, também considerou: “Foi uma boa corrida para mim, no sentido de começar o novo ano mais forte, neste início de compromisso com o Benfica, após duas épocas no Clube Oriental de Pechão. Estou à espera da cidadania portuguesa, mas nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 ainda representarei a Roménia”, concretizou a meio-fundista, que já esteve nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e de Tóquio e que veio a Beja, em conjunto com Etson Barros, fazer a dobradinha encarnada.

CLASSIFICAÇÕES CORRIDA DE SÃO SILVESTRE BEJA

Absolutos femininos