Diário do Alentejo

Rogério Ricardo regressou à presidência da Associação Columbófila do Distrito de Beja

23 de dezembro 2023 - 18:00
“Vamos repor a justiça”
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

O columbófilo Rogério Ricardo, sócio da Sociedade Columbófila Asas de Beja, é o novo presidente da Associa-ção Columbófila do Distrito de Beja. A tomada de posse da nova equipa realizou-se a 8 deste mês, em simultâneo com a Exposição Distrital de Columbofilia.

 

Texto | Firmino Paixão

 

Trata-se de um regresso a uma casa que o columbófilo bejense tão bem conheceu, durante os 16 anos em que integrou os seus corpos sociais. Após seis anos de ausência, ei-lo, de novo, a dirigir os destinos da columbofilia distrital. Assumindo que nem tudo tem estado bem no reino desta modalidade, não se coibiu de pôr os “pontos nos ii”, mas garante: “Existirá mais desportivismo nos próximos tempos e peço também que exista mais companheirismo, porque esta é uma modalidade que deve potenciar a amizade. Não podemos ser todos campeões, uns serão, outros não. O fundamental é que exista amizade entre todos. O caminho é esse!”.

 

O que o fez voltar a pisar este palco da presidência da columbofilia distrital?

Principalmente, o facto de, na última campanha desportiva, terem existido várias anomalias. Os columbófilos já estavam insatisfeitos, nomeadamente, quanto aos locais de solta e à falta de divulgação dos horários em que as soltas ocorriam. Coisas que nunca existiram no passado. Quando por aqui passei no último mandato, há seis anos, até fazia filmagens das soltas, dava as informações atempadamente aos dirigentes das diferentes coletividades. Agora as pessoas estranhavam o facto de isto ter ficado tudo ao contrário. Mas também voltei com a ideia de reestruturar o calendário, igualando o distrito em termos de distâncias para as diferentes localidades. Continuaremos a voar na mesma linha, mas mais baixa, para equiparar as distâncias, porque não havia justiça nas linhas de voo. Depois, temos que modificar as recolhas, que terão que ser feitas na direção das provas. Não temos que inventar recolhas especiais.

 

Essas anomalias punham em causa os resultados desportivos?

Não. Mas as provas não podiam ser feitas todas do mesmo local. Não tem lógica nenhuma, porque estamos a pôr alguém mais em vantagem do que os outros todos. Só se fosse uma prova cujo local de solta fosse equidistante dos vários destinos. Mas não era o caso. Estávamos a voar de nordeste com ventos noroeste, e isso desvirtua uma prova, estava a favorecer uns concorrentes e a prejudicar outros.

 

Vem com novas ideias para que a associação volte a ter a visibilidade de outrora?

Vamos implementar o novo calendário, para vermos se os columbófilos gostam dele. Esse é o principal objetivo. Vamos também tentar encontrar espaços para a concretização do projeto de construção de instalações sede da associação, algo que há muito está por fazer e que necessita de ser concretizado com a maior urgência. Vamos tentar falar com o município de Beja para darmos passos nesse sentido, porque é um projeto que tem viabilidade e faz muita falta à columbofilia do distrito.

 

O calendário será, portanto, diferente do que foi nos últimos anos?

Sim, o calendário será elaborado, fundamentalmente, pa-ra que exista mais igualdade em termos de locais de soltas. Temos que encontrar um ponto central e equidistante, de onde faremos três soltas. Depois, faremos duas soltas mais a norte e outras duas mais a sul, para que não exista qualquer entendimento de que estamos a favorecer alguém. Faremos equivaler as distâncias para as diferentes localidades do distrito, para que o campeonato se torne mais equilibrado.

 

Percebe-se, então, que este seu mandato não será de continuidade, mas de rutura com o passado recente?

Sim, de certeza absoluta que vai existir uma rutura com a linha que existia antigamente. Quando, há seis anos, saí da associação, a equipa que entrou levou uma representação muito forte à exposição nacional, em Tavira, onde estivemos nos pódios de todas as especialidades. Nessa altura existia a tal equidistância dos locais de solta para as coletividades e os concorrentes de várias localidades do distrito tiveram coeficientes que os fizeram ganhar várias especialidades. Isso significava que o que estávamos a fazer estava bem feito. Só que, posteriormente, houve um questionário junto das coletividades, após o qual foi decidido implementar esta linha, que prejudicou gravemente a columbofilia do nosso distrito.

 

Quer dizer que a columbofilia tem de ser vista de uma forma global e não olhar só para este ou para aquele “quintalinho”?

Naturalmente. Temos que pensar em todos os columbófilos, porque a columbofilia está a caminhar a passos largos para o fim e, se não pensarmos a modalidade com um espírito global e de entreajuda, isto acabará muito mal.

 

O executivo anterior entendeu não organizar a IV Feira Ibérica. Concordou com a decisão? Pensa dar-lhe continuidade no próximo ano?

A Feira Ibérica, neste ano, não teria viabilidade, porque se realizou um evento semelhante no Norte do País. Por outro lado, como a exposição nacional, que habitualmente decorre em janeiro, foi antecipada para dezembro, não haveria tempo de pôr de pé a Feira Ibérica com o mesmo êxito das anteriores. Temos que estudar bem esse caso porque, pelo que me chegou aos ouvidos, a organização da Feira Ibérica resultou num prejuízo financeiro para a nossa associação, e isso é grave. Foi bom para divulgar a nossa columbofilia, mas não pode acarretar qualquer prejuízo para a nossa associação.

 

A exposição distrital já se realizou no dia 8 deste mês, data em que o seu executivo também tomou posse…

Foi um evento rápido, a própria convocatória também foi rápida. Houve pouca divulgação e acabou por ser um evento feito “por magia”. Faz-se uma exposição e já está. Não pode ser assim, tem que se divulgar as coisas a tempo e horas, convocar as pessoas como deve ser. Depois, a exposição nacional e ibérica foram realizadas no último fim de semana, em Caldas da Rainha. A maioria dos nossos representantes foram columbófilos de Serpa. Tivemos alguns pombos, poucos, classificados entre os primeiros 10 de cada especialidade.

 

Já se olha para a próxima campanha desportiva?

Vamos ter uma novidade. Teremos um campeonato extra, um grande fundo. Teremos duas provas de fundo que contarão também para o grande fundo e aproveitaremos [a prova] Barcelona Nacional para fazermos a terceira prova desse novo campeonato.

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