Diário do Alentejo

AF Setúbal venceu o grupo quatro da Taça das Regiões, em que a AF Beja perdeu os dois jogos

14 de dezembro 2023 - 14:25
Reflexões para o futuro
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

A seleção de seniores masculinos da Associação de Futebol de Setúbal (AF Setúbal) qualificou-se para a fase nacional da Taça das Regiões, depois de ter ganho à representação da Associação de Futebol de Beja (AF Beja), por 2-0, e empatado (1-1) com a seleção da Associação de Futebol do Algarve.

 

Texto | Firmino Paixão

 

A AF Beja foi a anfitriã das suas congéneres do Algarve e de Setúbal para, em conjunto, disputarem a fase zonal sul (grupo quatro) da Taça das Regiões, torneio que apurou os vencedores das diferentes fases zonais para uma competição nacional em que o vencedor representará Portugal a nível europeu. Os critérios de seleção de jogadores para integrarem as diferentes representações são os seguintes: idade inferior a 40 anos, nunca terem assinado contratos profissionais e não terem, na época em curso, competido no Campeonato de Portugal.

A seleção de Beja apresentou-se com a equipa possível, porquanto alguns dos clubes filiados revelaram que os seus atletas não estavam disponíveis. No primeiro jogo o conjunto bejense defrontou a equipa do Algarve e foi derrotado por 2-1. No segundo voltou a perder, com Setúbal, por 2-0. O jogo entre Setúbal e o Algarve terminou com um empate a uma bola, qualificando os sadinos (por um golo) para a fase nacional.

No final do torneio, João Daniel Rico, coordenador técnico da AF Beja, revelou: “O balanço, do ponto de vista de organização, é extremamente positivo. Foi um torneio muito competitivo, com três boas equipas. Infelizmente, nós não conseguimos vencer os nossos jogos, penso mesmo que, quer num jogo, como no outro, os nossos adversários foram justos vencedores. Quero felicitar a seleção de Setúbal por ter vencido esta fase regional, mas deixo ainda uma palavra à seleção do Algarve e, naturalmente, também, um enorme apreço pela seleção de Beja”. O técnico fez notar ainda: “Fomos, acima de tudo, muito competitivos. Fomos uma equipa na verdadeira aceção da palavra. Os jogadores deram o seu máximo. Apesar de os resultados não terem sido os favoráveis para nós, saímos daqui com a consciência absolutamente tranquila de que tudo fizemos para conseguirmos ser melhores. Quero mostrar o nosso reconhecimento aos jogadores, aos clubes que os disponibilizaram para estarem cá a ajudar a seleção, um agradecimento a toda a equipa técnica e a todo o grupo que fez parte da organização deste torneio. Todos eles tiveram um contributo muito importante para que as coisas corressem como correram”. Admitiu, porém: “Estivemos bem enquanto entidade organizadora, mas ficámos aquém dos nossos objetivos desportivos, que seria passar à fase nacional. De resto, só temos coisas boas para retirar daqui”.

Recordando que na edição anterior da Taça das Regiões a equipa bejense se qualificou para a fase nacional, João Daniel Rico também deixou perceber que “neste ano seria difícil que isso pudesse acontecer, em função do número mais limitado de jogadores que tínhamos e que nós entendíamos que tinham qualidade para representar a nossa seleção. Fizemos aqui alguns testes, convocámos quarenta e tal jogadores para virem aos treinos da seleção, acabámos por nos decidir por um lote de 20, que, sublinho, deu o melhor que tinha. Com tão poucos treinos é difícil criarmos grandes mecanismos. Não jogámos o futebol que eventualmente poderíamos jogar e que, se calhar, apresentaríamos tendo mais tempo de preparação”.

Questionado sobre se a seleção bejense tinha efetivamente sido formada pelos melhores jogadores elegíveis do distrito, o técnico adiantou: “É uma situação um bocadinho subjetiva. A qualidade dos jogadores, a este nível, também depende muito do momento da época, depende muito da confiança que os jogadores têm. Nós tivemos aqui alguns jogadores que noutro momento poderiam ter dado mais. Se calhar a confiança não estaria no seu auge, estas coisas mexem muito”. Contudo, entendeu a profundidade da questão: “Percebo a pergunta, porque vem no sentido de se saber que nem todos os clubes tiveram a melhor disponibilidade. Felizmente, para nós, foram poucos os que não tiveram esse desígnio e que nos fecharam as portas, mas eu nem quero olhar muito para isso. Cada clube toma a sua decisão. Naturalmente que é uma pena para alguns jogadores que poderiam ter vindo aos treinos de observação, caso os seus clubes tivessem permitido, mas, felizmente, falamos de um ou dois casos. Todos os outros demonstraram grande abertura e motivação em permitir que os jogadores estivessem cá, inclusive, de clubes da segunda divisão distrital”.

João Daniel Rico garantiu, porém: “Um sinal que nós deixamos é o de que, enquanto equipa técnica da seleção, olhamos para o panorama do nosso futebol distrital de forma muito vertical e tentamos ir buscar todos os jogadores que entendemos que tinham condições para integrar a seleção distrital, independentemente da divisão ou da posição em que a equipa se encontrasse, no momento, na tabela. Não foi a visão de todos, mas nós não nos lamentamos por isso, preferimos enaltecer o desempenho e o gosto daqueles que estiveram connosco”.

Por fim, voltou a enaltecer a entrega dos que se disponibilizaram para a seleção. “O grupo esteve sempre muito unido. Portanto, teremos que tirar daqui algumas ilações, eventualmente, na forma como preparamos estes torneios. Começar um bocadinho antes, se calhar, até na época anterior, para irmos analisando os jogadores mais em contexto de seleção e não andarmos aqui só de dois em dois anos a fazermos essa preparação. É uma das reflexões que fica para o futuro”, concluiu.

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