Diário do Alentejo

Pedro Xavier (AF Beja) analisou as incidências da última temporada

16 de julho 2023 - 11:00
Uma época muito positiva
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

A última época desportiva, no domínio do futebol regional, terminou com o brilharete conseguido pela seleção distrital no Torneio Interassociações Lopes da Silva. De resto, foi uma época globalmente positiva, considerou o presidente da Associação de Futebol de Beja.

 

Texto Firmino Paixão

 

Num olhar retrospetivo às incidências da última época desportiva, Pedro Xavier, presidente da direção da Associação de Futebol de Beja (AFB), não deixou de lamentar o processo que levou à extinção do União Serpense e a impossibilidade de a AFB poder elevar para três o número de filiados a competir no Campeonato de Portugal, contudo, fez uma avaliação positiva da temporada e garantiu que a associação continuará a apoiar os clubes e a apostar na formação de todos os agentes desportivos.

 

Como avalia a última época desportiva?

Penso que foi uma época muito positiva. Para além de nos termos afastado dos problemas com a pandemia que vivemos nos últimos anos, tivemos um aumento de 28 por cento de praticantes no futebol feminino e, no futebol masculino, atingimos os quatro mil atletas, um número que nós só pensávamos atingir no final do mandato. Queremos crescer ainda mais e queremos continuar a dar melhores condições aos clubes, dentro daquilo que forem as nossas possibilidades, disponibilizando os apoios possíveis, no sentido de os clubes crescerem, porque, quando eles crescem, a associação também se valoriza.

 

Como “não há bela sem senão”, o início da época foi marcado pelo caso do União Serpense…

Uma situação que lamentamos. No futuro, e logo desde o início, tentaremos filtrar ao máximo estes casos para evitarmos que venham a acontecer mais situações dessa natureza. O que, diga-se, não será fácil, porque lá diz o ditado popular: “A qualidade do melão só se vê depois de o abrir”. Mas estamos esperançados de que não se repitam, até porque estaremos mais concentrados e, perante qualquer sinal, ou qualquer facto anormal que venha a acontecer, informaremos as entidades competentes, como, aliás, fizemos nessa altura. Claro que lamentamos, foi uma situação que marcou o campeonato da 1.ª divisão distrital, em que só competiram 11 clubes, mas acabou por ser uma prova extremamente competitiva, embora desgastante para as equipas.

 

Outra das contrariedades foi o impedimento de o campeão assumir o Campeonato de Portugal?

Esperámos até ao final de junho que o Aljustrelense, terceiro classificado, que estava em processo eleitoral, confirmasse, ou não, a sua aceitação. Foi a data limite para indicarmos à Federação Portuguesa de Futebol o nome do clube que nos representaria. Como isso não aconteceu, teremos menos um representante no Campeonato de Portugal, o que lamentamos. É um fator negativo para este distrito e para a região Alentejo. Seria uma oportunidade única para termos três clubes nossos filiados a disputarem esse campeonato. Teremos também menos um clube na Taça de Portugal.

 

A associação está empenhada em promover novos cursos para árbitros, massagistas, dirigentes e treinadores?

Já apresentámos o nosso novo coordenador técnico, o professor José Maria Pratas, que era nosso formador e tem algum conhecimento da nossa realidade. Irá ajudar-nos nesses aspetos da formação e da organização, e vamos dar continuidade ao trabalho já desenvolvido nos últimos anos. Vamos manter o nosso foco na formação dos agentes desportivos e, eventualmente, surgirão novas ideias e novos objetivos.

 

A AF Beja competiu no Torneio Lopes da Silva sub/14, em que a seleção regional conseguiu o sétimo lugar e a vitória na Liga Ouro…

Nos últimos 10 anos ficámos sempre dentro do lote das melhores 12 seleções. Neste novo modelo, que se realizou pela primeira vez no ano passado, no torneio que aqui foi realizado, ficámos na décima posição, já dentro da Liga de Ouro, lugar em que já estávamos por direito próprio, pois foi ponderada a média das últimas cinco classificações. Neste ano conseguimos a sétima posição. Agora, trabalharemos no sentido de chegarmos à Liga Platina. Será extremamente importante, por isso, penso que será determinante os clubes continuarem a trabalhar bem, continuarem a fazer a sua certificação, possuírem treinadores diplomados, para que os miúdos possam crescer e nós consigamos fazer estes brilharetes, que também acabam por prestigiar os clubes.

 

A associação é parte interessada na requalificação do Estádio Municipal Flávio dos Santos. Como está esse processo?

O processo está em andamento. Já enviámos o projeto final para a Federação Portuguesa de Futebol, para ser aprovado, portanto, está tudo dentro dos trâmites legais. Esperamos nos próximos meses, ou na próxima época, ter já a obra em andamento.

 

Há notícias do arrelvamenteo de alguns campos de clubes do segundo escalão. Vê isso como fator de valorização do futebol?

Sim, o programa “Crescer/24” veio ajudar os processos de beneficiação dos campos de Salvada e São Marcos. O município de Aljustrel também vai beneficiar o campo do Alvorada e do Messejanense. Sem dúvida que serão beneficiações importantes. Só concretizando-as, estas e outras que,  eventualemnte, possam surgir, é que poderemos vir a pensar nas ligas platinas. O trabalho realizado nos sintéticos é totalmente diferente do que se pode realizar nos pelados. Mas ainda ficaremos com 10 campos pelados no nosso distrital. Por isso, seremos um parceiro sempre próximo das autarquias, porque os municipios são o principal eixo que faz andar o desporto distrital.

 

Adivinham-se alguns regressos de clubes que andavam, há algum tempo, afastados do futebol federado…

Só podemos suportar 36 equipas na 2.ª divisão. Não podemos aceitar mais, porque não temos árbitros nem condições para mais. Os processos de filiações e inscrições já se iniciaram e os clubes serão considerados por ordem de entrada dos respetivos processos de filiação.

 

A próxima época está no horizonte. Que novidades?

Vamos reunir-nos com os clubes e com o novo coordenador técnico para ele apresentar as suas ideias e vermos onde podemos alterar, ou não, o atual fomato dos campeonatos. Os clubes é que são os intérpretes principais, são eles que têm que apresentar ideias e propor soluções. Muitas vezes não aparecem nas assembleias-gerais e depois as coisas não evoluem no sentido que eles pretendem, por omissão da sua participação.

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