Diário do Alentejo

Francisco Picareta, presidente do Serpa, lança um olhar sobre o campeonato

02 de setembro 2022 - 12:30
Um modelo mais justo
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Confiança é o sentimento que reina nas hostes do Futebol Clube de Serpa, aqui reafirmado pelo presidente do clube, Francisco Picareta, que sublinha a importância do apoio da comunidade local na consolidação deste percurso do emblema serpense, no patamar onde hoje se encontra.

 

Texto Firmino Paixão

 

O clube mantém o foco na formação e volta a apresentar uma segunda equipa, mais jovem, a competir nos regionais da Associação de Futebol de Beja, como assegurou o líder do clube.

 

“Nós acreditamos que o Serpa é um bom clube para fazer os nossos jovens crescer e evoluir, até para os projetar para o futebol nacional. Tentamos dar-lhes as melhores condições possíveis, numa região onde temos o handicap de sermos poucos, mas isso não é exclusivo do futebol, é transversal a toda a sociedade”.

 

Muita confiança neste início de temporada? Uma equipa renovada e reforçada?

Na verdade existe muita confiança, até em resultado do trabalho que temos realizado nestes últimos anos. Contudo, a próxima época desportiva será extremamente difícil. O campeonato terá catorze equipas e seis serão despromovidas, pelo que, nesta fase, estarmos a fazer qualquer prognóstico seria completamente inconsciente. Agora, o objetivo e a motivação com que estamos é para ganharmos os três pontos em cada jogo e depois, jornada a jornada, iremos ver até aonde é que a sorte, a dedicação, e também o trabalho, nos irão levar.

 

Todos os anos o campeonato tem alterado o seu formato competitivo. Terá sido encontrado o ideal?

Não sei. O que posso afirmar é que este formato, pelo menos, teoricamente, é mais justo do que o anterior. É um campeonato a duas mãos, todos contra todos e, no final, terá influência direta o desempenho ao longo da época e não como no ano passado, em que a prova se decidiu em seis jogos e que, no nosso caso, era o tudo ou nada. A nós correu-nos bem, serviu-nos para alcançarmos o objetivo mas, outras equipas, por exemplo o Louletano, ficaram a um golo e a um ponto de aceder à fase de subida e acabaram por ser despromovidos ao distrital. Era um modelo desportivamente muito injusto. Este ano, apesar de o campeonato nos parecer extremamente difícil, por desceram logo seis das catorze equipas, acaba por ser, sem dúvida, um formato desportivamente mais justo.

 

A inclusão de três equipas dos Açores nesta série vai exigir um esforço financeiro mais elevado?

Sem dúvida. Teremos três viagens aos Açores e o sorteio brindou-nos logo com duas viagens seguidas, uma no final da primeira volta do campeonato e outra logo no início da segunda. Depois iremos duas semanas seguidas ao Algarve. Estamos a estudar a logística para essas deslocações, a Federação Portuguesa de Futebol tem apoios, portanto, esperamos que tudo se processe de uma forma muito normal.

 

A direção correspondeu a tudo aquilo que eram os desejos do treinador para o reforço do plantel?

Nós começámos a estudar o plantel muito cedo. Trabalhámos nisso, com a equipa técnica, logo que terminou a época passada. Nunca podemos dizer que temos tudo aquilo que queríamos, é sempre difícil, mas temos tudo aquilo que podemos ter e estamos muito satisfeitos com tudo o que possuímos. Vamos ver o resto…

 

O plantel não está fechado?

Um plantel nunca está fechado e, no nosso caso, será natural que chegue mais um ou outro jogador, por exemplo, mesmo no dia da apresentação chegou o Rui Martins, uma renovação que conseguimos concretizar. Nos próximos dias poderão surgiu outras oportunidades que o mercado nos proporcione.

 

O orçamento do clube está ao nível da época anterior?

Temos o mesmo número de atletas que tínhamos na época anterior e, curiosamente, não temos um plantel mais caro do que eram os valores com que terminámos a época. A experiência que adquirimos no último ano, a confiança que demonstrámos e a aquisição de conhecimentos proporcionou-nos, talvez, conhecer melhor o mercado, conhecer melhor os jogadores e os jogadores conhecerem-nos a nós e terem outra confiança. Tudo isso permitiu-nos fazer as coisas dentro daquilo que são as possibilidades do clube.

 

Que metas foram propostas à equipa técnica?

O que lhes pedimos foi o mesmo que a equipa técnica nos pediu a nós: tranquilidade e trabalho. Veremos o que acontecerá domingo a domingo. Mas o primeiro objetivo, tal como o das restantes treze equipas, será a manutenção. Quando alcançarmos essa meta podermos pensar noutras, mas essa é a principal.

 

Quando fala em tranquilidade, é inevitável falarmos do final de época passada com aquele jogo com o Barreirense...

É verdade. Mas nós, na primeira fase, fizemos uma segunda volta fantástica. Só perdemos um jogo e, se o campeonato tem terminado ali, não descíamos. Na segunda fase, ninguém sabia o que iria acontecer, preparámo-nos bem mas no fim tivemos sorte, às vezes também é preciso tê-la. Foi o que aconteceu no jogo com o Barreirense, naquele minuto épico, em que um golo nos tirou da despromoção e nos permitiu a manutenção a este nível. Ficámos muito felizes.

 

O Serpa vai competir em duas frentes, a Taça de Portugal e o campeonato…

Tivemos a felicidade de jogar em casa na primeira eliminatória da Taça de Portugal, frente ao Castrense, uma equipa do distrito que conhecemos bem, mas eles também nos conhecem. Será um jogo complicado conhecemos bem a estrutura e o valor do adversário e os jogos de Taça são sempre imprevisíveis, por isso, temos que entrar em campo com o máximo respeito pelo Castrense. No fim de semana seguinte teremos o primeiro jogo do campeonato, não decide nada, mas será importante entrarmos com o pé direito e esse pé direito será uma vitória.

 

A comunidade local, a cidade, os sócios e adeptos, estão em sintonia com essa ambição e com essa responsabilidade?

Sem dúvida. Há muito tempo que o estão a fazer. Quer a cidade, quer as forças vivas da cidade, estão em sintonia com o clube e, nesta fase de pré-época temos também sentido esse apoio, esse carinho das pessoas, das autarquias e dos nossos patrocinadores. Esperamos que tudo continue assim, porque sentimos essa confiança das pessoas.

 

 

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