Diário do Alentejo

João Daniel Rico acredita nos seus jogadores e assume o desafio

27 de agosto 2022 - 14:00
Um grupo, uma equipa ... o Futebol Clube de Serpa
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

O Futebol Clube de Serpa já se apresentou aos seus adeptos e associados. João Daniel Rico, o treinador dos serpenses, promete uma equipa competitiva e com competência para enfrentar os desafios da temporada.

 

Texto Firmino Paixão

 

“Acredito que este plantel oferece garantias, o resto é fazer, deste grupo de jogadores, uma equipa. Esse é o maior desafio que um treinador tem”, garantiu o treinador do Serpa, João Daniel Rico, convicto de que “teremos um Serpa, acima de tudo, muito competitivo e à imagem daquilo que fizemos na parte final da época passada, onde fomos sempre uma equipa que discutiu os jogos com qualquer adversário, fosse em casa, fosse fora, e esse é o Serpa que eu espero ter este ano”.

 

O planeamento da época começou bastante cedo…

Nós fizemos um trabalho que começou logo após o final da época passada, um trabalho custoso, que demorou praticamente o verão todo, mas, no final, conseguimos ter um plantel dentro daquilo que eram as nossas possibilidades e ambições. Um plantel com jogadores que podem fazer mais do que uma posição, porque, quando os plantéis não são grandes, essa polivalência também é muito importante. Acreditamos que estamos preparados, sabendo da dureza que a época vai ter, porque o campeonato vai ser muito competitivo, descem muitas equipas. Planeámos a época com base num recrutamento que foi bem calculado e dentro daquilo que é a possibilidade que o clube tem para oferecer a jogadores. Sabemos que não é fácil recrutar atletas para este nível e para o nosso contexto, até demográfico.

 

Conseguiu mais opções, mas também mais qualidade?

O ano passado tínhamos uma equipa que se revelou muito competente numa determinada forma de jogar, e foi esse modelo que escolhemos e que nos trouxe algum sucesso, porque teve a ver muito com as características dos jogadores que encontrámos aqui e que, muitas vezes, passava por entregar a bola ao adversário, para tentarmos explorar mais as situações de transição rápida. Este ano, construímos um plantel um pouco diferente, para experimentarmos outro estilo de jogo, um futebol mais apoiado, e mais ao encontro daquilo que eu gosto também de treinar e de ver nas minhas equipas. Sabemos que não conseguiremos ter esse controlo em todos os jogos. Em alguns deles, pela força do nossos adversários, vamos ter, se calhar, que entregar também a bola e defendermos mais baixo, explorando situações de ataque rápido, mas temos jogadores para isso.

 

Ficou ainda em aberto um lugar para o jogador que se diferencie?

Naturalmente. As inscrições vão até setembro e, portanto, temos essa possibilidade de, revelando-se uma oportunidade que seja mesmo boa, de vir mais alguém, mas, na apresentação, o plantel estava fechado em cerca de 95 ou 98 por cento, o que me deixou muito satisfeito. A construção do plantel foi um trabalho feito em conjunto, por mim, pelo diretor desportivo e pelo presidente do clube. Os três trabalhámos muito, durante o verão, para conseguirmos montar este plantel. Aquilo que foi possível foi-me dado, o que não estava ao alcance do clube, não foi, mas, vou-me repetir: fiquei satisfeito pela composição do plantel. Identificámos alguns atletas que não conseguimos trazer, mas também vieram alguns jogadores que, numa fase inicial, se calhar, achávamos que não seria possível trazê-los e ele vieram.

 

Confiante numa época desportiva bem-sucedida?

Sim, uma época positiva passa sempre por alcançarmos os objetivos. As metas passam, naturalmente, pela manutenção, depois também temos a campanha da Taça de Portugal, onde oxalá que consigamos fazer algo parecido com aquilo que foi feito no ano passado, e depois, também, a valorização dos jogadores. Temos um grupo muito jovem, jogadores que ainda têm ambições e expectativas de chegarem mais longe no futebol, e nós também queremos participar nisso, através de uma ideia de jogo que os ajude a evoluir, para que, nos próximos anos, eles, e outros, possam olhar para o Serpa como um trampolim para desafios mais elevados.

 

O Campeonato de Portugal estreia, outra vez, um novo formato. Descem seis equipas, por isso, é imperioso assegurar a manutenção mais cedo…

Acredito que não serão muitas as equipas que vão assegurar a manutenção assim tão cedo, a não ser que surjam duas ou três equipas que realmente não consigam fazer muitos pontos. As diferenças pontuais nunca serão assim tão evidentes que permitam que, esta ou aquela equipa, esteja completamente descansada a meio da época. Isso não acontecerá. Há equipas que se distanciarão e nós também nos queremos distanciar das equipas que estiverem nos últimos seis lugares, mas estamos preparados para andar, se for o caso, até às últimas jornadas, a lutar por esse objetivo. Se me perguntar se é isso que eu quero, direi que não. O que eu quero é andar a lutar pelo objetivo seguinte, que passa por andarmos perto dos primeiros lugares e tentarmos perceber no que dá. O ano passado passámos aqui por uma situação de aflição, fruto de um modelo competitivo obsoleto e, este ano, o formato é mais razoável, mas prejudica muito aquelas equipas que têm mais dificuldade em apetrechar o plantel.

 

As três equipas dos Açores vieram, esta época, para esta série. Isso acrescenta mais competitividade ao campeonato?

Não tenho dúvidas. Jogar nos Açores é extremamente difícil, seja qual for a equipa ou em que campo for. Teremos três equipas, uma delas já nos habituou, o caso do Praiense, a andar, nos últimos anos, sempre perto dos lugares de acesso a divisões superiores. O Rabo de Peixe está a fazer um investimento muito grande com o objetivo de, nos próximos anos, subir à Liga 3. Depois também o Angrense, uma equipa competitiva que se reforçou com alguns jogadores muito fortes. São três equipas a ter em conta, havendo outras, naturalmente, como o Oriental Dragon, o próprio Atlético, um clube histórico, o Juventude, o Fabril, o Lusitano, enfim, uma série de equipas muito competitivas.

 

 

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